quinta-feira, 17 de junho de 2010

Alea jacta est - os jogos começaram, mas nossa sorte pode não durar para sempre.

De tempos em tempos a humanidade organiza grandes eventos, festas e orgias que nos fazem aflorar estimas e paixões, nos impulsionam a melhorar ruas e quarteirões e nos avivam um espírito cotidianamente adormecido de alegria e pertencimento.

Podiamos tratar aqui tanto das olimpíadas gregas, quanto do pão e circo romano, mas atualizamos o debate para o moderno circo, cuja arena é o estádio e o pão líquido, cerveja com a qual brindamos o êxtase do gol ou na qual afogamos a angústia da derrota e o confrontamento com as inevitáveis ilusões.

Dizem por aí que o Ser humano não foi feito para o ápice, pois sabe que logo após vem seu declínio e queda. Mas tampouco o humano foi feito para viver no infortúnio. Somos esta roda da vida, eternamente a girar e devemos fazê-lo sem nos apegarmos aos picos e aos vales, mas regozijando por estar em movimento, contribuindo com o Todo.

Neste sentido, a Copa do Mundo e demais festividades são uma bênção: nos demonstram como podemos regozijar por fazer parte de um Todo e como a mobilização coletiva convergida a um ponto em comum traz transformação – basta notar ruas pintadas, casas e bairros decorados e todos com um espírito de confraternização latente.

A questão é que não há distribuição desta energia, contida e reprimida cotidianamente, bem como não se canaliza a mesma para a melhora individual-coletiva: mantem-se refém do próprio caos energético, escravo dos desejos insaciados, cego pelo reflexo múltiplo da verdade que não se quer enxergar.

É a mediocridade que nos oprime, presente horizontal e verticalmente em nossa sociedade, em todos os níveis sociais e círculos culturais, dos ignorantes aos cultos, rico ou pobre – apenas o sábio escapa de suas amarras.

Mediocridade, esta força que nos prende a nós mesmos e impede que alcemos vôos mais altos, expandindo-nos, superando-nos, confraternizando-nos.

Observar a mediocridade alheia pode reconfortar-nos. Cuidado, pois assim reforça perigosamente nossa zona de conforto. Acomodamo-nos.

É a força da totalitariedade do ego, da supremacia do eu, do individualismo ante à individuação e ao coletivo; é o consequente repudio ao diferente, ao outro, a uma possível síntese através da convergência e soma de múltiplas verdades.

O paralelo Grécia-Roma-futebol demonstra que pouco mudou do berço de nossa civilização até hoje.

Está na hora de nos tornarmos adultos e responsáveis; até para poder curtir os prazeres dionisíacos de verdade, sem temermos o jugo apolíneo posterior.

Está na hora de realizarmos a nossa síntese. É esse o jogo que precisamos ganhar. E precisamos jogá-lo cooperativamente, em rede.

domingo, 13 de junho de 2010

Educação na Era Planetária

Aprendemos a separar, mas não a unir e relacionar.

Resposta a muitas de minhas colocações a cerca da educação e do aprendizado, nestes 10 anos de ensino superior.

Vale a pena esperar o conteúdo que começa mesmo aos 2 minutos de vídeo:



Pergunte à Natureza

Sábia, a natureza existe bem antes de nós e perseverá mesmo depois de nosso findar: tende à homeostase, ao equilíbrio do sistema.

Pergunte à natureza, ela sabe o caminho da sustentabilidade.

Molda-se naturalmente ao melhor formato de perpetuação e serve-nos de inspiração desde nossos primórdios. E por mais que achemos que não necessitemos mais, há sabedoria em cada folha, inseto e ecossistema que possamos contemplar.

Às vezes ficamos reféns de nosso ego e tentamos recriar aquilo que a natureza já faz com perfeição adquirida através da evolução das eras.

Para ilustrar, indico o site Ask Nature (grande dica de meu ex-aluno e amigo, Thiago K.). Vale realmente o acesso.

E, para mostrar que somos todos parte da mesma equação, esta obra-prima da computação gráfica, inspirada na natureza, obra-prima da vida à qual deveriamos nos curvar humildemente.



Phi, o design da vida.



Matemática pura, os números não mentem, nós é que os distorcemos.