domingo, 26 de julho de 2009

Sem embalagem e com engajamento

A loja majoritariamente de orgânicos Unpackaged tem uma proposta bem legal: você leva seus potes de casa e evita assim o impacto ambiental das embalagens.

Civilização é outra coisa.

Não é como ouvir em pleno Delírio Tropical a pergunta de uma cliente: "Por que vocês não trabalham com sacolas de plástico ao invés dessas de papel e papelão?"

Ainda temos um longo caminho para a conscientização - e é fundamental a mídia atuar mais neste quesito. Os programos poderiam ser mais educativos - como o são na Europa, por exemplo.

Bem, as lojas estão se engajando. E você?

Fors Fortuna,

Ócio criativo e sustentável

Domenico De Masi, em seu livro Ócio criativo, onde bebe de Bertrand Russel e sua economia do ócio, já falava da redefinição do trabalho para criar sustentabilidade e competitividade, aproveitando melhor a tecnologia, reduzindo traslados, poupando tempo, etc.

Eu sempre disse que mesmo dentro da lógica capitalista, é preciso que as pessoas tenham tempo para poderem desfrutar de seus ganhos - e com isto não apenas serem seres mais realizados e, portanto, melhores profissionais, mas também poderem reinvestir na economia o que recebem. Mas como o que recebem é muito pouco, precisam de muito pouco tempo livre para saciar os anseios da economia - este deve ser o pensamento vigente. E ultrapassado.

Pensar sustentabilidade é pensar o Ser humano e suas relações de maneira holística - a começar a pensar o Ser humano e toda a esfera ao seu redor e não colocar a corporação e o lucro no centro do paradigma.

Agora uma pesquisa do governo de Utah aponta para a semana de 4 dias de trabalho cmo benefícios para o meio-ambiente e para a economia - lamentavelmente ainda com 40horas. Ou seja, pensaram diferente, mas ainda não o suficiente. Os ganhos vão desde menos trânsito e poluição decorrente à maior satisfação dos empregados - o mais 'engraçado' é que isto começou a ser testado devido à crise como uma maneira de evitar demissões.

Eu penso que com o aumento da disponibilidade da mão-de-obra e da possibilidade de conexão em rede poderia se ter a semana de 4 dias com 24h - 6h/dia - com vários turnos cobrindo as demandas produtivas. Reduziria um pouco o lucro da empresa, mas com certeza faria bem à distribuição de renda mais igualitária, reaquecendo a economia e tendo uma população mais feliz.

Fors Fortuna,

sábado, 25 de julho de 2009

Übernet. O real sentido da convergência digital.

Assistimos de camarote a uma grande transformação na experiência humana: a volta ao princípio, um recomeço que pede uma clara redefinição do papel do indivíduo na sociedade e do coletivo em equilíbrio com o individualismo; a criação de uma rede, de um coletivo da qual o indivíduo só tem a ganhar e na qual ele tem medo de se perder. Em termos de identidade e em termos de qualidade.

O conhecimento coletivo deve ser incentivado e ter sua qualidade elevada pelos expoentes de suas respectivas áreas, brotos de qualidade que indicam o caminho do crescimento vertical da árvore do conhecimento; abandonando seus egos, contribuirão sobrevalor para a edificação da sociedade do presente: a sociedade da informação, base para a sociedade do futuro, a sociedade da consciência.

Sem a guia destes referenciais, a rede do conhecimento perde a sustentação inicial necessária para lhe conferir credibilidade suficiente para se expandir e enraizar capilarmente no organismo social.

Toda rede, antes de se armar por inteiro, tem seu momento tenda.

O papel da burguesia foi o de levar a luz do conhecimento do pedestal para as camadas superiores das células sociais. Apenas por isto é que podemos enxergar e nos posicionar contra falhas de um sistema que, a luz de um novo conhecimento, deve refletir mais que superficialmente os anseios da sociedade que se forma: informada, convergente; consciente, convergida.

A sociedade da informação criará o sistema da fraternidade, único brado da revolução francesa ainda não retumbado. O fim do capitalismo, o início da fraternidade se dá pela cessão da competição a cooperação. Na rede da cooperação não há hierarquia, a importância é do processo, do qual todos se beneficiam, posto que todos se responsabilizam. É o trabalho coletivo edificando valor. O consumo consciente. O lucro honesto.

Tudo isto é uma realidade para quem está conectado consigo mesmo, com seu passado. E que espera mais de seu presente do que ouvir falar que o Brasil é o país do futuro. Mas que futuro é este que nunca chega? Não chega, porque a internet mudou a noção linear de tempo. A bem da verdade o futuro já está entre nós.

Mas o futuro é em beta e está sendo construído dia após dia.

Invista em uma banda larga de conexão direta com seu Eu mais profundo e crie hyperlinks para navegar pelos mares da vida com a “tag” ética que o meio exigir.

Afinal, direitos, principalmente ao consumo, exigem a consciência dos deveres inerentes.

Havendo consciência dos direitos e deveres, o princípio da rede, uma evolução tecnológica dos primórdios de nossa existência, em tribos, representa uma chance de reinício.

Vamos nos precaver da estranha coincidência do colapso da internet colidir com previsões apocalípticas de fim dos tempos; logo na era da informação, cuja rede de sustentação é a? Acertou.

E se os temas são variados é porque o mundo está convergindo. A nossa única preocupação passa a ser o ponto de convergência. Ainda há tempo de elevarmos a posição deste ponto de referência e garantir sua permanência em alto nível através de leis e justiça, elementos que, unos, promovem o equilíbrio no meio.

O tempo, mesmo modificado, urge pela qualidade e clama por coragem para reagirmos mais a altura dos avanços tecnológicos da década de ’70, o toyotismo, por exemplo: até agora não realizamos o (re)planejamento familiar necessário para equilibrar o meio. Como também requer coragem acabar com o spam, a pirataria e, a causa real disso tudo, a desigualdade no corpo social, constituído de células individuais e familiares.

A internet vai transformar ainda mais este corpo. O estouro da bolha foi apenas um sintoma, um presságio de uma nova era. Um ataque ao coração financeiro do regime que se encontra em seu entardecer.

A internet deixou, após o estouro da bolha, de ser vista como revolucionária e passou por um período de descrédito e desdém. Mas sua essência, descentralizada, independente e convergente, se reforça cotidianamente e demonstra indícios na política e economia, bem como nos negócios em geral.

Países outrora menos influentes internacionalmente, como o Brasil, passam a dividir o cenário mundial com os antigos ‘players’. Mesmo que ainda sem equilíbrio, isto representa claramente um movimento rumo à descentralização do poder.

O mercado fonográfico assiste perplexo o surgimento de um número incontável de independentes. O noticiário começa a ter como fonte blogs independentes. Independente da (ainda) colossal força das grandes mídias, isto representa claramente um movimento rumo à independência de emissão da informação. E, forçadamente, uma futura mudança nos hábitos de consumo de informação, passando–se a confrontar mais as informações, obtendo–se assim diferentes verdades e criando–se assim a sua própria visão, mais independente.

A formação de blocos econômicos como a ALCA, a União Européia, o Mercosul; a formação de ONGs. As comunidades que proliferam on e offline. Tudo isto é claramente um movimento rumo à convergência.

Tudo isto, descentralização, independência e convergência, faz parte de uma nova luz do conhecimento, uma luz violeta, que brilha de dentro para fora do corpo social, impulsionado pelas diversas células, mais fortes posto que trabalham em rede.

O mundo é representação e vontade. E está sendo reconstruído. Há de se planejar todos os recursos e de se estabelecer o ponto de referência sob a ótica da convergência: somos todos um só, respeitadas as diferenças; produção (necessidade) padronizada, distribuição (desejo) segmentado.

Está na hora de planejarmos a übernet: a rede de sustentação que se estenderá a partir do ponto de convergência e sob a qual se edificará o ser humano do novo milênio, o ser humano da era de aquarius.

Tal qual a internet está para a sociedade da informação, a Übernet está para a sociedade da consciência.

Até aqui, fomos o homem de peixes, preocupados com nossa concepção. Agora, está na hora de cuidarmos de nosso aquário.

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Übernet, Life Experience e Eram os deuses internautas foram artigos-propostas escritos em 2005, quando despertei para uma nova realidade e comecei a me educar em temas diversos, holísticos e convergentes a sua maneira: astrologia, psicologia junguiana, filosofia, coaching antroposófico, entre outros.

Por julgá-los ainda atuais e dignos de debate, coloco-os online para que todos os seres possam se beneficiar.

Fors Fortuna,

Budismo na Comunicação

Ego é conceito de Eu. Através do entendimento da interdependência e equanimidade e da correlação com o fato de que Emissor e Receptor passaram a, através da interatividade da internet, a terem valores (a principio) iguais, e de que religião [religare; reunião] e comunicação [communicare; tornar comum, ou seja, igual para se unir através de um entendimento uno] beberem da mesma fonte, união, o encaixe é, a meu ver, perfeito.

Pode se resumir então que o budismo se encaixa na comunicação como um elemento de fine tunning ético, que busca o equilíbrio e o valor em vida (life time value).

O impacto maior, contudo, é no planejamento, buscando uma abordagem holística, multifacetada, na qual todos possam se beneficiar. Isso muda a correlação de tempo, voltado cada vez mais ao planejamento e ao conceito.

Pois se chega ao não-conceito através do conceito.

Mas isso são conjecturas minhas. Se quiser saber melhor sobre isto deves procurar um Lama. Afinal, até essas palavras são emanação de um ego.

Fors Fortuna,

sexta-feira, 24 de julho de 2009

One planet, one chance

Não consegui o original do site budista, mas encontrei este aqui no Youtube que também vale a pena.



Fors Fortuna,

Aspiração para a proteção do Meio-Ambiente e do Planeta

O grande Lama Dzongsar Khyentse Rinpoche escreveu uma belíssima oração traduzida do tibetano para o inglês e então para o português.

Ressalto aqui o trecho que mais me impactou, convidando a todos a ler a íntegra aqui.

"Sobretudo, possam todas as pessoas reconhecer a importância de sua responsabilidade pessoal pela implementação da proteção do meio-ambiente e do planeta.

[Seres iluminados] Concedam suas bênçãos para que, tendo assim reconhecido, elas consigam, de hoje em diante, praticar aquilo que pregam, sem apenas dizer palavras vazias."

A bem da verdade, tudo se resume a isto: ações coerentes com a nossa realidade, mente suficientemente consciente do estado e do momento em qual nos encontramos - mas que sempre quer fugir do confronto consigo mesma, sucumbindo a desejos e prazeres que calam nossa pequena voz interior, a razão que no silêncio nos grita que já está passando da hora de agirmos como adultos e nos responsabilizarmos pela nossa casa, a Terra.

FORS FORTUNA,

Dalai Lama apoia a meta de 350ppm de carbono

Os níveis de carbono chegaram ao nível do alarmante.

Atualmente temos 385 partes de carbono por milhão na atmosfera, quando a zona de segurança para os humanos e para a vida como a entendemos é de 300 a 350.

Note que a proposta - da qual Sua Santidade é signatário e Al Gore principal propagador e defensor - é de reduzir ao topo do limite aceitável, ou seja, pedem o mínimo de mobilização para que a vida seja possível e sustentável. Não pedem demais, pedem o coerente.

Pragmatizando: uso de carvão exceto onde CO2 seja capturado, adoção de práticas agrícolas e florestais que seqüestrem carbono - isto para evitar efeitos catastróficos irreversíveis.

Leia o original em inglês no sensacional site Ecological Buddhism - a buddhist response to global warming.



Sabedoria no budismo é prática. Sustentabilidade também.

FORS FORTUNA,

Arquitetura viva

Chama pelo Globo Rural de 'Arquitetura botânica', penso que o termo 'viva' represente melhor o diferencial de se construir casas com árvores vivas e que crescerão.

Genial. Me lembra um pouco a arte do bonsai - só que gigante. E o comentário de uma botânica amiga: "crueldade com as plantas, que demonstram estresse".

Bem, faz sentido. Fica a dúvida cruel: edificações de concreto armado, metais e tudo mais, madeira 'morta' ou madeira viva? O que prejudica menos o ambiente e causa menos sofrimento?

Aliás, esta pergunta bem budista deveria servir de parâmetro na hora de se tomar decisões: isto causa sofrimento? Mais ou menos que as demais opções? E deveria ser item decisivo nos brainstorms e tomadas de decisão.

FORS FORTUNA,

Hope - Esperança nas visões de Pena Branca



Embora a esperança seja o último mal guardado na caixa de Pandora, é o título deste belo vídeo. Vale a pena conferir.

Eu, para mim, prefiro a fé. Pois fé é algo interno e depende de nós e que nos conecta com uma força maior (mesmo que interna) - a esperança me parece algo exteriorizado, da qual somos reféns crédulos de uma solução extrínseca que nos paralisa e faz agüentar toda e qualquer situação 'na esperança' que melhore.

Pode parecer detalhe, mas afinal, tudo depende de reconceituarmos detalhes de nossas vidas: os hábitos que nos fazem tão particularmente auto-destrutivos, reféns de nós mesmos.

FORS FORTUNA,

Dois encontros sobre sustentabilidade: um tema, dois mundos.

Participei recentemente do Fórum de Sustentabilidade da ABA - Associação Brasileira de Anunciantes - fato que rendeu post aqui.

Hoje foi a vez de participar de uma reunião no Jardim Botânico organizada pela ONG Terra Una que tem uma interessante proposta de vivência através do curso "Educação Gaia" que faz parte do grupo GEN - Global Ecovillage Network.

O curso é dividido em módulos, na seqüência: social, ecológico, econômico e, por fim, visão de mundo.

Aqui reside minha primeira crítica: se vai ter um módulo de visão de mundo que julga ser 'quebra de paradigma', tem que vir antes de falar das novas relações sócio-ecológico-ambientais, até para contextualizar e embasar.

Aliás, falou-se muito da vivência em comunidade, na relação das vilas, em vivências, em relações, mas nada explícito sobre Triple Bottom Line ou algo parecido, buscando a aplicação (na) prática.

Quando perguntado sobre 'como tudo isto se aplica nas empresas e suas culturas' a resposta foi vaga e claramente não focada. Tudo bem que este não é o enfoque, mas com as pessoas e a sociedade refém das marcas e empresas deixar isto de fora do escopo me parece um equívoco. A ajuda de um membro da organização da platéia tampouco colaborou: "atuamos em pessoas que são os clientes das empresas, sua maior força".

Sim, mas isto não me parece suficiente: 60 formados por ano não conseguem reverter um quadro nem de um nicho da indústria, quiçá de toda uma cidade se não tiverem técnicas de aplicação prática e viralização. Falta aqui talvez um pouco da pegada da comunicação e marketing para alavancar as coisas. E falta talvez um pouco disso na comunicação e marketing para sustentar as coisas.

O que promete é a parte do curso ministrado pelo professor Evandro Ouriques que falará sobre seu Quarto Bottom Line, a Gestão da Mente Sustentável. Acredito de fato que este é o único caminho para verdadeiramente mudarmos o rumo das coisas.

E penso que se deva fazer isto com acionistas de empresas e políticos. Focar no cidadão é filtrar gotas no oceano da ilusão. Se assim se chega lá, lógico. Mas não sei se temos de fato este tempo. Temos que atingir os formadores de opinião, pois até conseguirmos mobilizar uma massa crítica pode ser tarde demais.

"Ah, mas já tem muito mais pessoas mais conscientes", diria o otimista. Sim, mas nem todas as pessoas conscientes são coerentes e abrem mão de seus hábitos de fato. Canso de ver gente falando de sustentabilidade e devorando carne aos montes. Radical eu? Não, coerente. A carne, só para citar um exemplo, é uma das maiores vilãs da emissão de gases, do desmatamento, do consumo de água - tudo isto já vimos em posts passados.

Fato é que este grupo está de parabéns porque proporcionar vivências é algo fundamental na reformulação de nosso cotidiano, bem como seu empenho em realizar algo que não seja 'mainstream' dá gosto de se ver e compõe a mandala de ações necessárias para tratar do tema sustentabilidade na sociedade.

Eu não farei o curso, pois este segundo semestre será puxado e penso que deva haver tempo para se dedicar plenamente. Mas, em suma, recomendo.

E recomendo também e principalmente - e este era o intuito inicial deste post - que as partes se falem.

Não adianta querer tratar de sustentabilidade isoladamente. Os grupos econômicos devem se abrir para as vivências do pessoal, digamos, mais alternativo e estes tem que entender a dinâmica interna das empresas, até para poder propor vivências constantes, pois deve haver uma prática de sustentação, sem a qual se recai nos velhos hábitos e amarras do cotidiano. É preciso trabalhar em conjunto. E urgente.

As ferramentas econômicas devem interagir com as sociais (RH) e ecológicas, moldadas pela transformação de nosso pensamento em alinho com nossa ação. Sustentabilidade não pode ficar isolada no discurso, refém de sua própria torre de marfim, deve permear toda organização capilar e estrategicamente.

Sustentabilidade se faz em rede. A começar pela nossa própria rede neuronal.

FORS FORTUNA,

terça-feira, 21 de julho de 2009

O lixo da globalização do lixo



A Rede Globo entrevistou o suposto responsável pela carga na Inglaterra. Se o vídeo não rodar, vá à fonte.

E, como era de se esperar, 'filho feio não tem pai': afirmou-se 'laranja' (veja só a que ponto chegamos!) o brasileiro naturalizado português que abriu a empresa na Inglaterra a pedido e com verba dos empresários brasileiros, acusados por ele de agirem com o famoso 'jeitinho brasileiro' por saberem sim o que a carga continha - e por declararem valor inferior para pagar menos impostos, manipulando dados.

O problema, afirma o 'luso-fusco', é que desta vez eles não tiveram dinheiro para liberar a carga a tempo: plásticos de primeirissima linha, nunca reciclados. E que, já que na Inglaterra a coleta seletiva é feita individualmente nos lares, eventualmente são misturados com outras coisas, como seringas e bolsas de sangue usadas (!) - algo não me parece coerente na fala deste gajo.

Ainda passamos a saber mais dessa: até o lixo deles é melhor que o nosso, do plástico nem se fala.

Essa história do lixo da globalização, digo, globalização do lixo ainda vai dar o que falar.

FORS FORTUNA,

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sustentabilidade é consciência e mobilização!

Fico pasmem com a falta de ação do povo como um todo, quer seja contra os desmandos do Senado, quer seja contra a destruição de nossa fauna e flora e a péssima qualidade de vida à qual a maioria está sujeita.

Em Brasília, 19h. E o tempo não pára. Só em Brasília ele fica parado e o Brasil, atropelado pela história.

Está na hora de cada um de nós acordar e fazer valer em sua vida o lema da pátria: ordem e progresso.

Consciência ou morte: Viveremos!

FORS FORTUNA,

Inglaterra repatriará poluição

Segundo o site da BBC, a Inglaterra já se responsabilizou por repatriar as mais de 1.400 toneladas de lixo indevidamente exportadas para o Brasil - fato que feriu o 'convênio de Basel'.

As autoridades inglesas agora investigam os responsáveis por tal ato e parece que duas empresas acusadas pelo Brasil e sediadas na Inglaterra pertencem a um brasileiro.

É. Sem comentários para não expor minha indignação e, acima de tudo, vergonha e decepção com mais este brasileiro dando mau exemplo. Já ouço os comentários "só podia ser".

Ainda bem que há outros tantos que, conscientes, lutam por melhorias. Sustentabilidade ou morte, é serio. Viveremos!

FORS FORTUNA,

Inglaterra (ir)responsável por exportar poluição

Segundo o TimesOnline, a Inglaterra foi responsável por exportar contâiners cheios de lixo eletrônico, brinquedos sujos e, pasmes, seringas e bolsas de sangue usadas, além de outros materiais altamente contamináveis.

As empresas brasileiras esperava receber plástico reciclável e acabaram por acionar o IBAMA que agora espera conseguir repatriar o lixo inglês: "O Brasil não é um gigante depósito de lixo".

O que vale se perguntar também é se não existe plástico reciclável suficiente por estas bandas tupiniquins a ponto de terem que importar do exterior.

Ghana também foi alvo desta falha de conduta inglesa. O que alguns alegam, e isto se percebe nos comentários da matéria, é que isto não é uma falha e sim um padrão.

E ai, o que lhe parece?

FORS FORTUNA,

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sustentabilidade em pauta



Jornalismo ambiental é subversivo: "Ser sustentável é dar o passo do tamanho da perna".

Crítica perfeita. "A must see!"

Fors Fortuna,

'Maquiagem verde' e sinergia entre ecologia e economia



Ainda bem que há profissionais de comunicação que compartilham, defendem e propagam esta verdade.

Fors Fortuna,

Sustentabilidade da Mente Amorosa

Se é verdade que tudo é projeção de nossa mente, que a mesma chuva hidrata e inunda, dá e tira a vida, que a chuva é festejada por uns e execrada por outros, que tudo depende da correlação tempo x espaço x observador, que o sol que aquece também queima, então também as demais relações, inclusive humanas, são projeções de nossa mente.

O professor severo que cobra pelo bem do progresso do aluno, pela maioria mal visto e difamado, talvez seja o melhor amigo do aluno, mal acostumado, que prefere aqueles de sorriso fácil e avaliação idem.

Ou o amigo, que criticamente colabora para seu crescimento, diferente do colega que se omite a lhe dizer a opinião para não investir tempo na concorrência.

No âmbito das empresas, enxergar o concorrente como aliado pode ser estrategicamente vantajoso, levando desde redução de custos de logística até a poder de negociação com o cada vez mais forte comércio varejista.

Olhar com foco amoroso otimiza o planejamento, pois encontra os caminhos que tornam as relações fluídas.

Olhar com foco amoroso faz de toda situação um aprendizado, uma conquista de conhecimento rumo à sabedoria do bem viver, por mais redundante que isto possa se parecer.

Olhar com foco amoroso depende necessariamente de dois elementos: motivação pura e atenção plena – ambos conquistados, por exemplo, através da meditação/yoga e de boa/correta alimentação.

Olhar com foco amoroso é re-significar.

Recentemente, acompanhei palestra de um grande professor que tive em meu MBA de marketing que citou meditação como sendo algo que seria bom, mas uma perda de tempo nas corporações, pois levaria também à divagação (devagar+ação).

Mas não é disto que todos precisamos? De um outro ritmo?

Fors Fortuna,

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sustentabilidade - é, não é?

É!

Sustentabilidade deve principar no conceito, na gênese da idéia e criar suas raízes na estratégia para florescer em ações e prosperar em frutos de bom relacionamento.

Fazer sustentabilidade apenas na comunicação é correr o grave risco de ser superficial e ter a imagem manchada por green washing.

Não é?

Por mais que seja um bom 'approach', sustentabilidade deve ser ancorada em seu conceito em si, ou seja, uma comunicação que versa sobre sustentabilidade deve ser, além de ética e transparente, condizente com o conceito de sustentabilidade, sem buscar seduzir e sim informar, posicionar e engajar dentro de um cenário de coerência e consciência.

O consumidor quer troca e não enganação - mas isto a maioria dos profissionais ainda não entenderam: ou se interioriza o conceito de sustentabilidade estrategicamente, atuando a partir dos indivíduos de cada organização ou se terá sempre ações marginais ao cerne que se precisa atingir por meio da atuação - na estratégia, ação e relacionamento.

Isso, em suma, pode ser chamado de abordagem mais ética, holística e até mística - se for conduzido pelo lado da transformação do executivo para transformar a organização através de alimentação, yoga, mudança organizacional, etc - ou simplesmente vantagem competitiva, como diria Kotler.

A relutância de mudança das organizações, que mudam somente quando muito pressionadas, é o espelho da relutância das pessoas que as conduzem, afinal, quantos estão dispostos a parar de comer carne para reduzir o desmatamento, o crescimento do buraco da camada de ozônio, o empobrecimento do solo, o consumo desenfreado de água - sem contar que terão melhora na qualidade de vida e saúde? Quantos executivos mudaram seus hábitos de transporte e incentivam isto em suas empresas?

Kotler, aliás, versa sobre isto de maneira brilhante: ao invés de se investir em ações fora de seu core, mas que podem vir a gerar mais retorno de mídia - vemos ações que gastam muito mais na divulgação do que na própria ação -, investir dentro da área de seu expertise e capacidade transformadora para de fato dar saltos quali-quantitativos quanto à questão da sustentabilidade? A própria rede se assegurará de colocar isto em evidência.

Aliás, isto é um novo paradigma: o que é verdadeiro e bom se sustenta e propaga por si só.

Sustentabilidade é pensar o outro e agir em conjunto.

Fors Fortuna,

Sustentabilidade na ESPM-Rio

O tema sustentabilidade foi pauta da Academia dos professores da ESPM-Rio. Responsável por nos inserir e/ou atualizar neste contexto foi a coordenadora da ESPM Social, Bernadete Almeida, que trouxe de seus mais de 15 anos de experiência de Vale do Rio Doce e estudos e ensino sobre Responsabilidade Socio-Ambiental uma bagagem, proposta e motivação muito interessante.

Seu lema é "conversar sobre sustentabilidade dentro e a partir das corporações", desatrelando o tema da bandeira dos eco-chatos - o que, confesso, me chocou de início, pois se não fossem os 'eco-chatos' provavelmente ainda estariamos mais atrasados ainda em relação a este vital tema. Mas depois de conhecê-la melhor, pude ver não apenas seu entusiasmo e verdade ao tratar do tema, como também a luta por fazer com que o mesmo seja aceito pelos pares no mundo corporativo e não continuar a ser um Dom Quixote da causa - aqui vale ressaltar: como ainda tem gente - graúda inclusive - completamente a margem da consciência e da necessidade de adotar este estilo; e como se faz necessário, mais que adequar, posicionar o discurso para que este seja melhor entendido e absorvido.

Saí do encontro já repensando toda a ementa da aula de comuicação digital que dou já tocando no tema, mas que tenho o desejo que perpasse e dialogue com o mesmo incessantemente, buscando ser um dos pioneiros quando o tema é abrangência e transversalidade da sustentabilidade na grade.

Fica meu obrigado a este exemplo de como se pode atuar de maneira animada com ações do bem, abrindo não apenas para alunos, mas também para colegas, portas de oportunidade e janelas de diálogo vitais para o crescimento sustentável: de indivíduos, marcas e ambientes.

Aguardem novidades, pois a ESPM Social levantou a bandeira da sustentabilidade - e não foi para fazer festinha, foi para entrar para vencer.

Que este seja o estandarte da vitória de todos nós. Sustentabilidade ou morte, venceremos.

Fors Fortuna,

sexta-feira, 10 de julho de 2009

III.Fórum de Sustentabilidade da ABA Rio

Empresas agindo, imprensa cobrindo, consumidores atentos.

O problema é que o Tempo urge e clama por isto tudo, só que 'fora da caixa'. Me explico.

As empresas tem que agir sim, mas enquanto seu foco não mudar, o lucro ainda prevalecerá em relação ao respeito e ao progresso equanime - nada contra o lucro, que deve existir, mas contra deturpações criadas por.

A imprensa tem que cobrir, mas não adianta manter os mesmos padrões: é necessário incluir as mudanças nas relações da informação, trazer o leitor-consumidor para dentro da pauta e da redação, tornar-se multimídia, mas, acima de tudo, justa e coerente: dar pesos iguais às denúncias e aos esclarecimentos.

Inclusive para evitar que pessoas e corporações sejam prejudicados por boataria ou falsas acusações. Do jeito que está, qual a diferença entre um jornal e uma mídia social? Capaz da defesa ainda sair mais bem feita na mídia social devido à democracia do espaço. Afinal, muda tudo para o profissional e para o meio da comunicação.

O cidadão não deve apenas ficar atento às melhorias e aos impactos. Deve, principalmente, rever seus hábitos, consequentemente seu consumo e atuação nas empresas, na mídia e na sociedade.

Aqui reside o problema e entrave principal: todos tem que agir primeiramente em si, mas as empresas esperam a demanda do mercado (ou pressão de taxas e leis); a mídia de certa maneira também, perdida em meio ao tiro-teio da produção e do consumo cooperativo (e gratuito); os consumidores em sua maioria se sentem, ainda, sem poder de mudar as coisas e acusam a mídia e as empresas de não lhes darem alternativas.

Compreende-se o ciclo vicioso que se eterniza? Mas compreende-se também que a saída está em nossas mãos, certo?

Em suma, as ações são boas, mas aquém do que - dentro de meu limitado entendimento - é necessário para a sustentabilidade e viabilidade do superorganismo Terra continuar a existir - ao menos do nosso antropocentrico ponto-de-vista; ela continuará, nós talvez não.

Nada, contudo, a se criticar negativamente, pelo contrário, todos os esforços devem ser louvados, pois ao menos estão fazendo algo e levando o debate adiante. É necessário parar de ficar se criticando quem faz e buscar unir esforços e conhecimentos em prol da única agenda que nos une a todos: a (sobre)vivência no planeta Terra.

E é neste intuito de debate que este post surge, apontando para a necessidade de se verter o foco estratégico e criar novos paradigmas 'fora da caixa' para o pensamento, a fala e a ação das empresas, da mídia e de cada um de nós.

A começar pelos hábitos de trabalhadores-consumidores-cidadãos e a findar aqui, neste momento de reflexão, que pode servir para um novo recomeço. Depende dos olhos e da vontade de cada um que lê, pensa e age na vida.

Os fortes exercem sua vontade de poder - conforme conceito 'nietzschiano' - e fazem o mundo a sua imagem e semelhança, dia após dia, detalhe em detalhe, momento a momento.

Há 4 anos, quando despertei para esta realidade a partir das palavras de Mahatma Gandhi - "Você precisa ser a mudança que você gostaria de ver no mundo" - parei de fumar, passei a fazer compras com sacolas ecológicas, virei vegetariano e vendi meu carro, passando a andar mais de bicicleta e a usar os meios de transportes coletivos, além de caronas e taxi, quando necessário - muito mais ecológico e econômico, a única coisa que se perde é o pseudo-status; ainda chegará o dia que status será ter este estilo de vida alternativo-inteligente, pois poupa natureza-dinheiro-tempo.

E você o que você já fez ou está em vias de fazer para melhorar a sua vida e a de seu mundo? Ouse.

Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente, não ousar é perder-se para sempre, como diria Søren Kierkegaard.

"A única revolução possível é dentro de nós" - Gandhi

Fors Fortuna,

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sustentabilidade se faz em rede

Tenho buscado fazer a ponte entre comunicação digital - através de sua teoria das redes e árvore do conhecimento, Castells e Deleuze/Guattari, respectivamente - com a sustentabilidade, que só consigo imaginar em rede, ou cadeia de valor, como se queira.

A bem da verdade, pela urgência do tema e dos dados a cerca dos recursos, penso que é necessário agir mais rápido que temos reagido, por melhor que estejamos reagindo nestes últimos 5 a 10 anos - não sei se está sendo o suficiente para dar conta do que fora feito nos outros 50.

Por isto, penso que ou se muda o pensamento e a conduta das pessoas, executivos e consumidores - além das regras e sanções impostas, claro - ou não teremos uma real transformação necessária e sim, apenas, maquiagem.

Com o grave efeito de não ser algo consciente e sim imposto, taxado e, se não cobrado, burlado.

Temos que levar os executivos e consumidores a se repensar, a pensar fora dos padrões analógicos, ultrapassados, a superar as barreiras dos hábitos e a si mesmos para darmos um salto quântico e qualitativo de gestão, consumo e qualidade de vida.

Pensar em meditação, yoga, filosofia pode parecer deslocado, utópico ou hippie demais, mas é, sem dúvida, um caminho de saudável quebra de paradigma e apresentação de viabilidade de uma outra realidade na qual a sustentabilidade começa por si e conquista as esferas de dentro para fora como um ato consciente e perene, que mesmo sem a vigilância de taxas e multas manterá sua reta conduta.

Não sei se me tomo por precipitado por pensar tudo isto, mas foi o que, como diria Gandhi, 'aquela pequena voz silenciosa dentro de mim' me fez desejar manifestar após participar hoje do III Fórum de Sustentabilidade da ABA Rio.

Em breve, talvez hoje, mais tardar amanhã à noite, mais posts sobre o Fórum.

Fors Fortuna,