domingo, 26 de julho de 2009

Ócio criativo e sustentável

Domenico De Masi, em seu livro Ócio criativo, onde bebe de Bertrand Russel e sua economia do ócio, já falava da redefinição do trabalho para criar sustentabilidade e competitividade, aproveitando melhor a tecnologia, reduzindo traslados, poupando tempo, etc.

Eu sempre disse que mesmo dentro da lógica capitalista, é preciso que as pessoas tenham tempo para poderem desfrutar de seus ganhos - e com isto não apenas serem seres mais realizados e, portanto, melhores profissionais, mas também poderem reinvestir na economia o que recebem. Mas como o que recebem é muito pouco, precisam de muito pouco tempo livre para saciar os anseios da economia - este deve ser o pensamento vigente. E ultrapassado.

Pensar sustentabilidade é pensar o Ser humano e suas relações de maneira holística - a começar a pensar o Ser humano e toda a esfera ao seu redor e não colocar a corporação e o lucro no centro do paradigma.

Agora uma pesquisa do governo de Utah aponta para a semana de 4 dias de trabalho cmo benefícios para o meio-ambiente e para a economia - lamentavelmente ainda com 40horas. Ou seja, pensaram diferente, mas ainda não o suficiente. Os ganhos vão desde menos trânsito e poluição decorrente à maior satisfação dos empregados - o mais 'engraçado' é que isto começou a ser testado devido à crise como uma maneira de evitar demissões.

Eu penso que com o aumento da disponibilidade da mão-de-obra e da possibilidade de conexão em rede poderia se ter a semana de 4 dias com 24h - 6h/dia - com vários turnos cobrindo as demandas produtivas. Reduziria um pouco o lucro da empresa, mas com certeza faria bem à distribuição de renda mais igualitária, reaquecendo a economia e tendo uma população mais feliz.

Fors Fortuna,

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