terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sobre o evento bolinha de papel

O argumento-tema mais comentado pela ultra-direita - o evento bolinha de papel e o evento fita adesiva - vira por um lado piada nacional, por outro, ferramenta de manipulação.

Há de se fazer dois registros:

1. Dilma foi alvejada por balões d'água e a repercussão foi imensamente inferior mesmo sendo artefatos de peso e altura, ou seja, estrago potencial muito superior

2. Quem planta ódio, colhe bolinhas de papel.

Note que sou contra todo o tipo de violência e considero uma boçalidade primitiva o que os militantes petistas fizeram - responderam ao ódio propagado na campanha serrista com violência, tudo o que os tucanos querem é isto...

E, lógico, ao invés de lidar com a política como ágora grega, o tucanato a incita ao coliseu para realizar o espetáculo da violência à democracia alimentada pelo panis et circensis (pão e circo).

Afinal, democracia só vale se imperar a vontade desta elite que se perpetuou no poder através da UDN, Arena, TFP, monarquistas, etc.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Eleição 2010: escolha pautada no eixo propostas-realizações

Ambos estão envolvidos com corrupção, então eticamente não há possibilidade de escolha que, entendo, deva ser pautada pelo eixo propostas e comparação de resultados de projetos de poder (governos): no quesito propostas só há uma séria, que é a da Dilma, simplesmente porque Serra não entregou seu programa de governo (pelo menos até o final do primeiro turno); no quesito comparação, veja por seus próprios olhos as tabelas nos posts abaixo e confirme a goleada que o governo Lula aplica em FHC em TODOS os quesitos.

Todavia, não nos iludemos: a dívida interna é grave e ambos os candidatos não a debatem de maneira sustentável.

Um resumo de motivos para votar 13 no dia 31

Este post foi motivado por este link que recebi via FB de um tal de Rafael, que não conheço, mas cuja opinião de querer valorizar a candidatura Serra eu respeito, mesmo quando ele se embasa em um texto fraco e sem dado concreto algum. É um direito de cada um se equivocar e um dever cívico reparar seu erro. ~:)

Escrevi endereçado a ele, mas penso que possa valer para todo mundo refletir mais um pouco e de maneira mais independente: repito que o maior problema brasileiro não está sendo debatido, que é a dívida interna.

O sorriso do Serra é esse aí e não tem marqueteiro para dar jeito. Explorar mais ainda os arrastões? E o PCC, maior organização criminosa do país que se criou no quintal do PSDB? Aliás, sobre os arrastões, muito estranho acontecerem perto da época de eleição... se eu fosse conspiracionista diria que tem bico de tucano ou dedo de DEMagogo aí.

Compare resultados dos governos e, por favor, não repita a falácia da mídia manipuladora de que o governo Lula pegou o país arrumado e um cenário internacional favorável - duas grandes asneiras para quem entende um pouco de política interna e relações internacionais.

1 - por completa falta de planejamento e incompetência (pra não dizer corrupção) o governo FHC não investiu em planejamento estratégico de engeria, levando ao blecaute geral do país; isto mesmo tendo arrecadado 150bi com a privataria (note que não sou contra a privatização, só sou contra nos moldes em que foi feita: a preço de banana e às custas do dinheiro público - é como se eu fosse comprar seu carro com o seu dinheiro e pagar a perder de vista. Vc não é otário de fazer isto, ne? Nem eu de vitar no Serra... mas continuemos que eu adoro tratar de fatos e não de factóides)

1.2 - a privatização ocorreu a princípio para diminuir a dívida pública... pois ela conseguiu aumentar 182% nos governos FHC, que teve carga tributária proporcionalmente maior que o governo Lula

2 - 2008/2009 o mundo passou pela maior crise mundial desde 1929 e aqui sentimos apenas a marola, pq?

Tirar 32 mi da linha da pobreza não é apenas humano e nada assistencialista, é estratégia para aquecer o mercado interno e nos tornar menos dependentes do mercado externo, onde, aliás, conseguimos contratos melhores pois passamos a negociar com o mundo sem sermos capacho dos estados unidos, como sempre fomos sob os desmandos da elite entreguista.

Mas só dar dinheiro e não dar educação é dar o peixe e não ensinar a pescar - concordo. E o PT também: por isso cricou escolas técnicas e fez 14 universidades. Sabe quanto o governo FHC fez? NENHUMA. E no governo tucano ainda perdemos 1/3 dos mestres e doutores devido ao incentivo à aposentadoria... Ministro Paulo Renato, lembra? Foi nessa época que ocorreu o boom de escolas e, principalmente, universidades particulares.

Por fim, lhe resta gritar que o governo petista é corrupto. Cuidado, são ecos do passado, práticas que se repetem desde a gestão FHC: lembra da compra dos deputados para garantir a reeleição? Escândalo abafado pela mídia conivente... mais um motivo para votar na Dilma: a mídia ficará em cima, enquanto que em um improvável governo Serra ela será mais uma vez conivente. Ah, vale lembrar que nunca antes na história deste país a PF trabalhou tanto e a procuradoria da república perdeu o apelido da época tucana: Engavetador da República. Tá tudo registrado, é tudo história.

Então, se não quiser ficar Tiririca e votar por medo ou por desinformação, vá além do que a mídia propaga: compare os dados e resultados e veja que a sorte sorri para quem tem estrela.

#Brasilporfavor - #Dilma13

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A direita sem proposta e sem respeito

A campanha de Serra e sua aproximação das práticas da ultra-direita Tea Party estados-unidense.

Texto retirado do blog advivo, leia a íntegra aqui.

Desconstruir a adversária

Como lhe falta um programa coerente, a direita-Tea Party apela para a desconstrução das candidaturas que vê como inimigas. Nos EUA, contra todas as evidências e racionalidade, Barack Obama é apontado como um marxista e traidor da pátria – de nada lhe servindo, aliás, manter um orçamento militar superior ao de George W. Bush... No Brasil, o alvo é Dilma. A "nova" direita não ousa atacar nem a figura de Lula, nem o lulismo. Além de temer a popularidade do presidente, não tem projeto a contrapor. Por isso, sua preocupação central não é, sequer, destacar as possíveis qualidades de Serra – mas transformá-lo, por meio da eliminação política de sua adversária, numa espécie de candidato único.

A fase intensa da campanha para desconstruir Dilma começou no final de agosto e desdobrou-se em duas fases. Na primeira, o protagonismo foi do Jornal Nacional e de quatro publicações impressas que esqueceram suas rivalidades históricas para formar uma espécie de Santa Aliança: O Globo, Veja, Folha e Estado de S.Paulo.

Nesta fase, o método consistiu em bombardear a opinião pública com dois "escândalos": o vazamento do sigilo bancário de Verônica Serra, do qual Dilma Roussef foi – sabe-se agora com certeza – injustamente acusada; e a agência de lobby mantida pelo filho de Erenice Guerra, que não obteve nenhum favorecimento real, embora usasse o parentesco com a mãe poderosa para impressionar clientes. O primeiro caso era uma ficção; o segundo, uma irrelevância. Mas ambos monopolizaram, por 30 dias, as manchetes dos três jornais de maior circulação do país; da revista semanal mais conhecida; e do noticiário de maior audiência na TV. Para atestar o caráter eleitoreiro das "denúncias", basta lembrar que foram imediatamente esquecidas, ao cumprirem seu papel na campanha. Não visavam investigar a fundo um assunto importante – apenas iniciar atacar uma candidatura, para favorecer outra.

Dilma resistiu ao ataque. Mas nas três semanas que antecederam as urnas, a ofensiva midiática foi complementada por outra: a mobilização das bases conservadoras. Nos EUA, ela é uma caracteística da Tea Party: aproveitando-se da frustração inicial das expectativas geradas por Obama, a direita formou centenas de comitês em todo o país e promoveu ao menos duas grandes marchas em Washington. No Brasil, onde não há nada que se compare a esta força, recorreu-se à difusão de denúncias apócrifas por meio da internet – um espaço onde o PT e seus aliados desperdiçaram muitas oportunidades e ignoraram a blogosfera potencialmente aliada.

A campanha de Serra articulou o lançamento incessante de boatos anônimos. Mobilizou a classe média conservadora e ressentida, numa rede informal muito capilarizada. Imitando uma vez mais o exemplo norte-americano, apoiou-se (sob as vistas grossas da CNBB) no poder crescente que o fundamentalismo está conquistando no catolicismo institucional e em algumas seitas evangélicas.

Uma visita ao site sejaditaverdade, ou a leitura de cartaz, afixado diante de muitas igrejas, no dia da eleição (na foto, em Porto Alegre), dão uma pequena ideia do que se destilou. Segundo a montanha de spams políticos, a candidata teria participado de diversos assassinatos. Sua postulação visaria, fundamentalmente, aprovar a disseminação do aborto, o casamento gay e o ataque do Estado às Igrejas. Enfrentaria processo de uma ex-amante. Lançaria blasfêmias contra Cristo ("nem ele impede minha vitória"). Posaria com armas. Estaria impedida de entrar nos Estados Unidos, por atos terroristas. Teria mobilizado fabricantes de chips chineses para fraudar as urnas eletrônicas brasileiras. Sua candidatura estaria a ponto de ser impugnada pelo "ficha limpa". Seu vice, Michel Temer, frequentaria seitas satanistas em Curitiba. Etc. Etc. Etc...

O jornalista Leonardo Sakamoto explicou, em seu blog como estas alegações inteiramente inconsistentes acabam adquirindo força, em conjunto. Disparadas às dezenas de milhões, cada uma delas acaba atingindo um público que se sensibiliza pelo tema em questão e acredita no argumento. Os integrantes deste grupo passam a reproduzir a "denúncia", acrescentando a ela, agora, o peso de sua reputação e influência pessoal.

A montagem desta rede de boatos foi a função a que se dedicou o norte-americano de origem indiana Ravi Singh, sócio da transnacional de marketing político ElectionMall – que prestou consultoria por meses à campanha de Serra2. Em 2007, diante do sucesso de Obama na internet, o site progressista norte-americano Mother Jones entrevistou Michael Cornfield, vice-presidente da empresa. Indagado sobre a possibilidade de a direita servir-se da internet no futuro, ele a considerou inevitável. E frisou: "Há mais de uma maneira de usar a web. Muito mais que uma maneira"...

No exato momento em que a campanha de Serra mobilizava todas as suas energias, a de Lula e Dilma descansava. O movimento fazia sentido, se visto pela lógica das disputas eleitorais travadas até então. Num comício em Curitiba, a uma semana do primeiro turno, o presidente recomendou a seus apoiadores "segurar o jogo". "Estamos ganhando de 2 x 0 e faltam dez minutos para terminar a partida. O adversário está nos chutando na canela e no peito e o juiz não apita falta. Querem explusar alguém do nosso lado. Vamos fazer como o Parreira, quando técnico do Corínthians, e prender a bola. Enquanto ela estiver nos nossos pés, o outro time não faz gol".

Comemorara cedo demais a resistência de Dilma aos ataques midiáticos. Não se dera conta de que, em articulação com a boataria apócrifa, eles haviam constituído um ataque em pinça poderoso. Milhões de eleitores, que conheciam a candidata superficialmente, eram atingidos agora tanto pelo Jornal Nacional quanto por mensagens recebidas de pessoas próximas e confiáveis.

Um excelente texto publicado por Weden no site do Luís Nassif sintetizou o cenário. Além de provocar a segundo turno, a artilharia cerrada disparada durante semanas pela mídia e pela central de boatos apócrifos estava começando a desconstruir politicamente a candidata. Expressão destacada do lulismo, responsável pelo planejamento e articulação política de seu segundo governo, ela estava sendo sendo reduzida a uma escolha errada do presidente.

"Reconheço que nunca houve um governo tão bom para nós", mas "esta mulher é um perigo para o país" foi o depoimento emblemático colhido por Weden junto a um taxista – que estava disposto a votar em Dilma até as vésperas do primeiro turno, mas migrou para Marina e tendia, naquele momento (7/10) a Serra. Embora ainda limitado (daí Dilma manter-se na dianteira), o movimento alastrava-se rapidamente. Weden abordou com realismo seu sentido potencial: "A candidata petista está perdendo o 'efeito continuidade' que conseguiu representar até semanas atrás. Se Dilma ficar na metade dos votos governistas, perde a eleição".

Os dados estão lançados: quem é que ganha com esse jogo do ódio?


Existem muitos dados correndo por aí, com sorte encontras alguns não manipulados.

Decidi parar de me preocupar com isto. Fecho os olhos e penso na imagem do Brasil antes, na era do PSDB no poder, e agora, com o PT no governo.

Lembro-me que era tomado por insatisfação com as decisões elitistas dos tucanos e guardo o regozijo de ver o Brasil passar a ser reconhecido internacionalmente simplesmente pela mudança de postura de nosso governante e na melhora das políticas internas e externa.

Não vem ao caso se um veio depois do outro, essa é a lei natural da vida. Importa apenas a sensação interior do que é o certo a se fazer - comprovado pelos dados e pelos depoimentos de tantos que sairam da miséria, aumentaram nosso mercado interno e nos alçaram a potente player internacional.

Afinal, quando você olha pra dentro desperta e expande pra fora. Regra básica de Jung, Hermes e tantos outros mestres.

Ao ler a maneira desrespeitosa como a mídia - em especial como Reinaldo Azevedo (que mais parece um moleque que um jornalista escrevendo) e Mainardis da vida tratam as pessoas - debochando e menosprezando gente como Leonardo Boff e Oscar Niemeyer, chegando ao cúmulo de indicar que crie um monumento em homenagem a si próprio e chamando ambos e os demais de "supostos "intelectuais e artistas", tenho certeza de que não quero nunca mais a arrogância no poder - ela incita o ódio, pois lucra com ele.

A falta de respeito de profissionais de comunicação incita o ódio e não a democracia. A mídia precisa ser mais responsável. #Brasilporfavor

P.s.: e não venham me acusar de querer censura, apenas quero imparcialidade e decência.

Saúde esquizofrênica ou simplesmente "parem de embalar guardanapos com plástico"

A esquizofrenia humana chegou ao limite do absurdo.

Em nome da "higiene" passou-se a embalar guardanapos de papel com plástico na proporção 2 pra 1, ou seja, para cada 2 guardanapinhos (aqueles que você tem que usar logo uns 4 pra poder ficar minimamente limpo) você cria um saquinho plástico de lixo DESNECESSÁRIO.

Sim, DESNECESSÁRIO, pois excesso de zelo também leva à debilitação de nosso sistema imunológico - daqui a pouco não teremos mais defesas internas e uma natureza externa soterrada por plásticos e outros materiais de difícil decomposição.

Faça sua parte: negue guardanapos embalados em plástico, evite o uso de canudos (beber do copo não é tão ruim assim!), leve seu próprio copo retrátil (evita um sem fim de copos plásticos descartáveis) e indique outras práticas aos estabelecimentos.

Afinal, a terra não acabará: o que se encontra perto de um fim devido à falta de sustentabilidade é a nossa raça humana.

O planeta sobreviverá - existia antes, existará depois.

E nós, sobreviveremos a nós mesmos?

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Comparando resultados dos governos FHC e Lula - The Economist


Recebi esta tabela por email de fontes confiáveis - professores de minha pós-graduação, com cópia para pessoas de diversos setores, inclusive financeiro.

Publico por acreditar que a maioria dos números esteja correta e não apenas pela credibilidade da fonte, já que há dúvida sobre a veracidade da mesma, segundo debate online.

Muito se criticou sobre a veracidade da fonte e (pra variar) por demais se realizou difamações, mas os dados que é bom ninguém ousou questionar.

Questionar a veracidade da fonte não é o mesmo que questionar a veracidade dos dados.

Caso você tenha algo a contestar no plano dos dados e resultados, por favor, sinta-se a vontade de deixar um comentário para que possamos detalhar a comparação, bem como as propostas de ambos.

Caso se interesse por mais comparações, estas com fontes 100% comprovadas e dados igualmente (in)críveis, leia aqui.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O Brasil está se preparando para tornar seus núcleos vivos

Ainda não era hora, a natureza é sábia: antes da colheita vem a semeadura - e o brasileiro arou bem o campo para receber a semente das propostas de Marina, adubadas mesmo sem querer pela força das palavras de Plínio.

A colheita e os frutos de um Brasil sustentável virão na próxima eleição, quando o Verde estará maduro e o Brasil preparado para desfrutá-lo e suas propostas com gosto de futuro.

Por hora, não era o momento.

A conjuntura não está propícia para um governo sustentável, holístico e visionário como o de Marina - tanto na Terra, quanto no céu: o mapa astral das eleições e o da posse indicam turbulências, como confirmado no pré-simpósio do Sinarj, onde também se confirmou o momento para o feminino tomar o poder, entre outras curiosidades.

A situação pede um chacoalhar das estruturas para a árvore brasileira se ver livre de galhos e frutos podres.

Será época de cortar os gastos internos, porquanto a dívida interna poderá ser a nossa derrocada: um auto-boicote de quem não tem concorrentes senão a sua própria sombra; afinal, o mal do brasileiro é ser malandro (e assim deixar de realizar seu potencial de inteligência e capacidade executadora).

Neste cenário, talvez seja melhor Serra ganhar, pois parece que tem o perfil para tomar tais medidas, além do que guarda a força e o impacto do ineditismo de uma mulher no poder para Marina.

Dilma, que tem o desafio de sair das sombras de Lula e brilhar sua estrela por conta própria, enfrentará a necessidade destes cortes e contenção ao passo de ser obrigada a manter o ritmo de crescimento e distribuição de renda de seu padrinho político.

Serra aqui leva vantagem por poder responsabilizarLula por qualquer problema, erro ou insucesso: é a vantagem de se assumir o poder enquanto oposição. Este cenário deixa Dilma na situação de não poder errar, o que paradoxalmente a torna a melhor candidata - alguém que não pode e não vai errar, pois tem muito em jogo, menos um bode expiatório -, enquanto também favoreceria Marina.

Mas não devemos pensar no que será melhor para Marina em 2014, mas sim o que será melhor para o Brasil, pois o melhor para o Brasil é o melhor para Marina, o melhor para Marina é o melhor para o Brasil - essa deveria ser a lógica não apenas de todo candidato, mas, principalmente, de todo cidadão; somente assim teriamos uma democracia genuína.

Neste sentido, uma vitória tucana parece como a volta de uma política que por tempos manteve o Brasil deitado em berço esplêndido. Polarizar entre bem e mal, liberdade e ditadura, honesto e corrupto é, além de manipulador, uma infantilização da política, já que ambos os governos, do PSDB/DEM e do PT, são igualmente repletos de escândalos - a diferença se dá apenas na cobertura (tendenciosa) da imprensa, mais incisiva no caso do PT: para um mensalão petista existe uma compra de votos de deputados para garantir a reeleição do tucano FHC; para uma cueca recheada, um congresso repleto de anões do orçamento; para uma politização das agências reguladoras, uma importante, mas eticamente bastante questionável privatização - em ambos os governos pode-se perguntar para onde foram os recursos.

Outra diferença é que a decepção com o PT foi maior, pois eram defensores da ética; do DEM, partido que apoia o PSDB e que lidera listas de corrupção, todos já esperam isto.

Mas ao menos os recursos serviram, no governo petista, para pagarmos nossa dívida externa - algo que todos diziem ser impossível -, além de distribuirmos renda retirando milhares de famílias da miséria e aumentando assim nosso mercado interno, consequentemente torando-nos menos dependentes dos fluxos e desmandos do cenário internacional, onde, aliás, passamos de meros espectadores, coitados ou eternas promessas à nação protagonista e respeitada - tudo isto graças a uma hábil convergência de política interna, economia e, principalmente, uma guinada em nossas relações internacionais.

Chega a ser engraçado observar que nosso príncipe-presidente entrava de cabeça baixa nas reuniões - ele não, ele entrava com a front elevada, o Brasil que ele levava é que tinha vergonha de não estar a altura dele e do mundo. Enquanto isto, nosso operário-presidente, com jeito bonachão e popular, entrou de igual para igual nas reuniões - em pé de igualdade com o país que representa e também com quem vai negociar: afinal, todos sabem de nosso imenso valor, apenas nós é que não o realizamos.

Logicamente é tolice achar que isto seria possível sem considerar ambos os governos FHC que com sua política econômica lançou as bases corretas para Lula conseguir as transformações necessárias.

Agora é se perguntar qual dos candidatos fará o que nosso país necessita E o que nosso povo deseja.

Adianto que não é ficar falando de escândalo ou prosseguir na retórica do medo, pois é o medo o verdadeiro castrador da liberdade de expressão.

Vale ressaltar que dois jornalistas formam despedidos, um do Roda Viva e outro da TV Cultura, após deixarem Serra em saia justa; e que a Folha de S.Paulo mandou fechar judicialmente um blog que a criticava e satirizava.

O foco do país será tripartido: equilíbrio fiscal/dívida interna, infraestrutura sustentável e educação.

O que o país quer ver são propostas e comparações positivas - mas isto só faz quem tem algo para mostrar; o resto prefere os dramas e chantagens de novela.

Está na hora do Brasil mudar e entrar para a história; independente de quem seja eleito.