quarta-feira, 22 de setembro de 2010

#diamundialsemcarro - #diamundialsemmalandragem

O problema do malandro é que ele acha que os outros são otários. Quem já não ouviu este lugar comum?

E pior é que quem sofre com isto são todos os que habitam este mesmo lugar comum a todos chamado Terra.

No dia mundial sem carro recebi notícias de que o trânsito está intenso na Linha Vermelha, apenas para citar um exemplo.

Ecoa em minha mente um comentário de taxista, que ouvi esta semana: dia mundial sem carro? Vai ser pior, porque todo malandro vai sair de carro achando que os outros vão deixar os seus em casa e que, por isso, ele terá trânsito livre.

Ledo engano. E que engano.

Não apenas por contribuir para o enfraquecimento de uma conscientização, mas por fazer com que esta se perpetue em sua baixa eficácia.

No estado atual das coisas não adianta termos apenas um #diamundialsemcarro - simbolicamente está certíssimo, mas na prática isto está longe de ajudar a solucionar as questões de transporte e, principalmente, de poluição e degradação do ambiente.

É preciso ser radical neste quesito: há 5 anos vendi meu carro e passei a usar bicicleta e transporte público, quando muito táxi.

Convido-te a repensar sua vida e fazer o mesmo. De início dá trabalho e incomoda um pouco, mas depois você percebe as melhorias: lêe-se mais, tem-se mais saúde, interage-se mais, economiza-se mais, vive-se mais.

Mais vida para cada um e para o planeta.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Brasil, o país do braço forte e da cabeça fraca

Analisando a lei 9279 sobre marcas e patentes e conversando com minha advogada amiga sobre meus interesses, cheguei a conclusão de que esse país ainda precisa mudar muito para de fato decolar:

Você pode registrar tudo, exceto o que de fato é propriedade intelectual; se for produzir algo, registra-se, mas se for uma pesquisa que criou uma nova metodologia ou modelo de negócio, um estudo que criou um novo processo... perdeu, playboy. Ah, desculpe, cientista, pesquisador, intelectual, filósofo e tantos outros mais que não tem seu valor reconhecido, simplesmente porque produzem bens intangíveis - cujo impacto econômico pode superar e muito os da criação dos bens tangíveis.

Regras de um novo jogo inédito e revolucionário? Não pode. Novo modelo de negócios convergindo conhecimentos de áreas distintas que quebra paradigmas? Não pode. Metodologia pioneira? Não pode.

Descoberta de um novo princípio? Essa então se tem a cara de pau de afirmar de que como é da natureza sempre esteve lá e pertence a todos; mas, peraí, alguém com estudo e observação revelou o pseudo-óbvio para o restante da humanidade, não há de levar crédito?

Quer dizer que então só porque as maçãs sempre caíram que Newton não pode registrar sua vital descoberta? Séculos de existência humana e ninguém chegou a esta conclusão e querem me convencer de que isto não vale para o ser que se deu ao trabalho de descobrir isto?

Mas se produzir uma caneta levemente distinta, pode patentear, inclusive se a mudança for somente no nome.

Remunera-se a reprodutibilidade e não a originalidade, refém de contratos e da (boa) fé dos negociadores.

Em suma: o Brasil é um país que tem ótimas cabeças pensantes, mas que as deixa ao vento, enfraquecendo-as, perdendo seus reais valores e deixando de incentivar pesquisa e desenvolvimento. Se o que vale é a produção, estamos cada vez mais competindo por preço e não por valor.

Logo aqui, onde o 'jeitinho' tem todo potencial de se tornar um jeito novo de se fazer negócios. De se repensar métodos, de inovar em metodologias; está na hora de amadurecer nosso olhar malandro em um olhar sábio de quem pode dar um jeito na coisa toda.

Ginga, inteligência e fibra a gente tem. Só falta lei e incentivo. Ou os convites do exterior continuarão levando os melhores pensadores para longe desse solo fértil, da pátria amada, Brasil.