O 'congresso' surge como um 'cala-boca' para a plebe (do latim plebs, maioria) que defendia Roma nas guerras, mas não tinha seus interesses defendidos, perdendo suas posses, sofrendo torturas, prisões e até escravidão por não poderem honrar seus compromissos - algo muito parecido com os ainda atuais casos de escravidão e semi-escravidão presentes em alguns recantos do mundo e, pasmem, no Brasil.
Os avanços, como se vê, são poucos e lentos, ainda mais quando se lê Sêneca que em seu clássico "Sobre a brevidade da vida" retrata a sociedade de seu tempo com bizarra similaridade à nossa em meio a questionamentos a cerca dos conflitos interesse pessoal X coletivo, beleza X saúde e outros tópicos do índice inexistente em Caras e Quems da vida, repletas de luxo e indiferença, tal qual nosso Senado, cuja origem remete à palavra em latim 'Senex' - velho, idoso - isso mesmo, do radical que dá origem à senilidade, pois se tratava do Conselho dos Anciãos que constituíam uma grande 'família', constituída da família nobre e de seus 'clientes', populares protegidos e favorecidos por estes em troca de votos e aprovações nas assembléias. Como podemos ver, perpetuamos uma prática milenar - aqui aceita, lá combatida como máfia.
Para o novo surgir, o velho deve morrer; ainda mais em uma época em que, como diria Gramsci "o velho não acaba de morrer e o novo custa a nascer".
Da mesma maneira que se critica os sistemas operacionais e o protocolo de email por terem suas estruturas concebidas pré-www e o mercado clamar por algo realmente novo e que represente anseios e necessidades atuais e futuras e não por ecos do passado; da mesma maneira penso que deveriamos repensar nosso sistema político, arcaíco e engessado por sua senilidade e corrupção histórica: foi criado em uma época onde a democracia não era para todos, a comunicação não era para todos e a liberdade muito menos - até como conceito estava aquém do que poderia se desejar e hoje se defende. Como pode um sistema concebido nos parâmetros daquela época nos representar - ainda mais em tempos de convergência e social media?
Um novo sistema - fraterno e auto-gerido - urge; tal qual o faz a relação no trabalho e com a informação - para evitar o estresse e a perda de foco e produtividade neste último e tornar mais justa, produtiva, sensata e sustentável a primeira.
Quem sabe um sistema político 2.0 baseado no Amor - afinal, a fraternidade é a sociedade do Amor - e nas idéias de Bakunin - onde anarquia deve ser entendido como ausência de coerção e não ausência de ordem: mais internet, mais social media e mais 2.0 impossível.
É ligar o Turbo, dar um format S:/nado e reescrever a história de nossas vidas de maneira colaborativa - social freeconomics antes de freakonomics.
Fors Fortuna,