Quando comparo a maneira como as autoridade brasileiras e japonesas lidam com o manuseio pós-catástrofe temo que sejamos eternamente o país do futuro, nunca nos realizando no presente.
Pois o presente brasileiro mais parece de grego: passa tempo, entra ano, sai ano, mudam as pessoas (nem tanto), mas o "jeitinho brasileiro" continua imperando.
Uma breve vistoria na área rural de Nova Friburgo nos revela que nada ou muito pouco foi feito, mais de 3 meses depois da tragédia. No Japão, estradas, aeroportos, tudo, enfim, está sendo reconstruido a toque de caixa - em muito menos tempo. E, pra piorar, aqui os orçamentos liberados quando chegam, pagam projetos superfaturados.
Todo mundo vê, muitos comentam, alguns se manifestam contra, mas ninguém faz nada. A maioria quer mesmo é uma oportunidade de se dar bem ou de se mudar daqui - ou ambos, em alguns casos.
Ao invés de se mudar a prática pessoal, usa-se o mau exemplo como álibi - "se eles lá em cima fazem, por que eu aqui não posso fazer". E aguarda-se sempre uma força exterior para resolver nossos próprios problemas.
O fato é que não adianta: temos que encarar nossas mazelas para superá-las.
E temos que ser mais sérios. A começar por nós mesmos - fica mais fácil reivindicar assim.
O bom é que o slogan é perfeito para os heróis da resistência: o brasileiro não desiste nunca - e há de dar jeito em tudo isto para confirmar sua vocação de ser o paraíso terrestre.
Só não podemos nos esquecer de que os corruptos também são brasileiros (ao menos na certidão) e que dificilmente desistirão de nos roubar e lesar a pátria que os pariu.
Mais um motivo para reforçarmos nossa ética e atuação, cientes dos obstáculos, conscientes de nossa força que, convergida, supera tudo.
domingo, 1 de maio de 2011
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