sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Meu voto é verde. Amarelo, azul e branco.

Poderia dizer que não voto nem no PSDB e tampouco no PT, faces da mesma moeda, o Real.

Na realidade, ambos deram importantes contribuições ao país, mas o fardo que carregam pesa demais em minha consciência na hora de votar. Não podemos nos contentar com pouco e com histórias cafajestes do estilo 'me engana que eu gosto'. Merecemos mais.

Mais Brasil, este gigante adormecido e que precisa despertar para, enfim, viver a promessa do progresso e do futuro hoje, já, em seu presente.

Não voto no PSDB, pois por mais que suas reformas tenham sido necessárias e eu hoje apoiá-las, bem como ao próprio plano Real, discordo da maneira com que foram conduzidas e, principalmente, pelo preço que foi tratado: vendeu-se o patrimônio Brasil a preço de banana. A isto se junta a lembrança muito viva dos inúmeros escândalos - anões do orçamento, compra de votos e manobra vergonhosa pró-reeleição.

Eis o mesmo lastro da outra face, o PT, tão diferente em sua trajetória, tão próximo em sua atuação econômica e no quesito escândalo, tendo como pontos positivos, entre outros, alguns projetos sociais que de fato trouxeram à pauta grupos antes completamente esquecidos e melhoraram a vida daqueles que jamais foram tema: os excluídos - os projetos caixas d'água e poços artesanais são um belo exemplo.

Outro ponto positivo é a imagem do Brasil no exterior - o analfabeto metalúrgico atua com maior desenvoltura e entra de cabeça mais erguida que o príncipe de Sorbonne, que sempre tinha atuação secundária, coadjuvante e digna de pena, não de nota. E isto tudo graças a um outro fator: a abertura ao diálogo multilateral - presente desde internamente até à estratégia do Itamaraty e que vivencio na campanha pela Acessibilidade, por exemplo.

Mas tudo isto não justifica mais do que o não-voto na mesmice que é o meio político brasileiro - repleto de siglas e partidos, carente de ideologias e verdadeiras alternativas.

Ocorre que não votarei em branco ou me anularei acovardando-me em uma postura de niilismo cidadão - ousando o debate e o confronto de perspectivas, logo cedo à aurora do brado que ecoa do Acre, Brasil distante de pessoas e valores tão próximos, atendo ao chamado de meu coração brasileiro e me entrego a um novo caminho cujos bosques tem mais vida, nossos campos mais flores.

Deitado e acomodado em berço esplêndido, levanto desperto para defender a bandeira - do país e da candidatura de Marina Silva à presidência. E são inúmeros os motivos.
  • Sua biografia irretocável e admirável é por si só um belo cartão de visitas;
  • Sua defesa pela ecologia a torna um Ser humano sensível às causas, compreendendo tanto as necessidades do lobo, quanto do carneiro para manter o equilíbrio do ecossistema por inteiro;
  • Sua origem amplia seu raio de visão, ação e entendimento do potencial Brasil;
  • Eleger uma mulher sem produções plásticas em um país machista é simbólico o suficiente para decretar novos tempos;
  • Colocar o partido verde no poder é sinalizar ao país e ao mundo a intenção brasileira de estar à frente da vital, necessária e irrefreável revolução verde - feita com sabedoria, diálogo, competência e discernimento.
Por fim, vale votar naqueles que passaram incólumes pelas marolas de lama de Brasília; vale votar na alternativa ética para, no mínimo, mostrar que sabemos o que não queremos àqueles que se sentem acima do bem e do mal e que manipulam orçamento, compram votos, enchem cuecas de dinheiro, se acusam mutuamente para depois brindar coalisões reeditando a política café-com-leite sob o malicioso olhar do teimoso tucano estrela.

Vale votar na alternativa que começa a brilhar no horizonte e que traz em sua bagagem uma sincera preocupação com a agenda verde e que terá a habilidade de transformar em agenda verde-amarela-azul-e-branca.

Como sei disto?

É a candidatura que nasce no centro de nossos corações, vinda do recanto do Brasil e ecoa no jardim de nossa alma maltratada, adubada pelos suspiros de esperança e consciência de quem sabe que este país pode e merece mais.

Ainda com dúvida?

Não fique parado, esperando criticar ou se entregar à banda menos podre das elites do e no poder - integre desde já esta candidatura-movimento e contribua com sua cor para deixar esta alternativa com a nossa cara: multifacetada e ética.

Divulgue, debata, questione e sugira nomes para assessorá-la e compor sua equipe - façamos desta oportunidade a concretização do Brasil 2.0 - é de nossa natureza integrar.

É possível construir um país na paz e na união que é o Amor.

Vamos juntos, somos fortes. Defender a agenda verde-amarela-azul-e-branco #MarinaSilva .

Klaus Denecke-Rabello - caso você também concorde, assine/deixe seu nome nos comentários.

Fors Fortuna,

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Senado, herança nefasta - por uma revolução social democrática

O senado brasileiro, com seus frutos podres, tem suas raízes na democracia romana, onde o Senado era formado pelos chefes das famílias nobres, principais incentivadores da res publicae (coisa pública) proclamada devido ao aumento e desvio dos impostos praticado pelo Rei Tarquínio, o Soberbo - outras fontes, como o Wikipedia no link em questão, citam o motivo como sendo o adultério seguido de suicídio de uma casta jovem da nobreza patrícia, mas, convenhamos, isto nunca foi motivo para a queda de nada.

O 'congresso' surge como um 'cala-boca' para a plebe (do latim plebs, maioria) que defendia Roma nas guerras, mas não tinha seus interesses defendidos, perdendo suas posses, sofrendo torturas, prisões e até escravidão por não poderem honrar seus compromissos - algo muito parecido com os ainda atuais casos de escravidão e semi-escravidão presentes em alguns recantos do mundo e, pasmem, no Brasil.

Os avanços, como se vê, são poucos e lentos, ainda mais quando se lê Sêneca que em seu clássico "Sobre a brevidade da vida" retrata a sociedade de seu tempo com bizarra similaridade à nossa em meio a questionamentos a cerca dos conflitos interesse pessoal X coletivo, beleza X saúde e outros tópicos do índice inexistente em Caras e Quems da vida, repletas de luxo e indiferença, tal qual nosso Senado, cuja origem remete à palavra em latim 'Senex' - velho, idoso - isso mesmo, do radical que dá origem à senilidade, pois se tratava do Conselho dos Anciãos que constituíam uma grande 'família', constituída da família nobre e de seus 'clientes', populares protegidos e favorecidos por estes em troca de votos e aprovações nas assembléias. Como podemos ver, perpetuamos uma prática milenar - aqui aceita, lá combatida como máfia.

Para o novo surgir, o velho deve morrer; ainda mais em uma época em que, como diria Gramsci "o velho não acaba de morrer e o novo custa a nascer".

Da mesma maneira que se critica os sistemas operacionais e o protocolo de email por terem suas estruturas concebidas pré-www e o mercado clamar por algo realmente novo e que represente anseios e necessidades atuais e futuras e não por ecos do passado; da mesma maneira penso que deveriamos repensar nosso sistema político, arcaíco e engessado por sua senilidade e corrupção histórica: foi criado em uma época onde a democracia não era para todos, a comunicação não era para todos e a liberdade muito menos - até como conceito estava aquém do que poderia se desejar e hoje se defende. Como pode um sistema concebido nos parâmetros daquela época nos representar - ainda mais em tempos de convergência e social media?

Um novo sistema - fraterno e auto-gerido - urge; tal qual o faz a relação no trabalho e com a informação - para evitar o estresse e a perda de foco e produtividade neste último e tornar mais justa, produtiva, sensata e sustentável a primeira.

Quem sabe um sistema político 2.0 baseado no Amor - afinal, a fraternidade é a sociedade do Amor - e nas idéias de Bakunin - onde anarquia deve ser entendido como ausência de coerção e não ausência de ordem: mais internet, mais social media e mais 2.0 impossível.

É ligar o Turbo, dar um format S:/nado e reescrever a história de nossas vidas de maneira colaborativa - social freeconomics antes de freakonomics.

Fors Fortuna,

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Pela ética e pela sustentabilidade

O blog 42ne apoia a candidatura de Marina Silva e uma agenda verde-amarela-azul-e-branco que tenha coerência e ordem em seu caminho para que todos possamos vivenciar o verdadeiro progresso, sustentável pela ética.


Vamos juntos, somos fortes!

A Fortuna está do lado dos que trabalham e são éticos.

Fors Fortuna,

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Novas fontes de energia

Estive recentemente em Frankfurt, Alemanha, onde participei algumas palestras sobre Budismo, Amor, negócios, pesquisas, etc... e vi alguns programas falando sobre energias alternativas.

Trarei em breve alguns comentários, mas deixo este post aqui com duas colocações:

1 - passei por gigantescas instalações eólicas e sabe o que ouvi? Nada! Nem um barulhinho sequer. Cai por terra então o argumento de que provocam poluição sonora. No máximo visual. Mas menos que mudar o leito de um rio, não?

2 - o governo dos EUA está aprofundando os incentivos à energia solar. Leia mais.

Fors Fortuna,

domingo, 26 de julho de 2009

Sem embalagem e com engajamento

A loja majoritariamente de orgânicos Unpackaged tem uma proposta bem legal: você leva seus potes de casa e evita assim o impacto ambiental das embalagens.

Civilização é outra coisa.

Não é como ouvir em pleno Delírio Tropical a pergunta de uma cliente: "Por que vocês não trabalham com sacolas de plástico ao invés dessas de papel e papelão?"

Ainda temos um longo caminho para a conscientização - e é fundamental a mídia atuar mais neste quesito. Os programos poderiam ser mais educativos - como o são na Europa, por exemplo.

Bem, as lojas estão se engajando. E você?

Fors Fortuna,

Ócio criativo e sustentável

Domenico De Masi, em seu livro Ócio criativo, onde bebe de Bertrand Russel e sua economia do ócio, já falava da redefinição do trabalho para criar sustentabilidade e competitividade, aproveitando melhor a tecnologia, reduzindo traslados, poupando tempo, etc.

Eu sempre disse que mesmo dentro da lógica capitalista, é preciso que as pessoas tenham tempo para poderem desfrutar de seus ganhos - e com isto não apenas serem seres mais realizados e, portanto, melhores profissionais, mas também poderem reinvestir na economia o que recebem. Mas como o que recebem é muito pouco, precisam de muito pouco tempo livre para saciar os anseios da economia - este deve ser o pensamento vigente. E ultrapassado.

Pensar sustentabilidade é pensar o Ser humano e suas relações de maneira holística - a começar a pensar o Ser humano e toda a esfera ao seu redor e não colocar a corporação e o lucro no centro do paradigma.

Agora uma pesquisa do governo de Utah aponta para a semana de 4 dias de trabalho cmo benefícios para o meio-ambiente e para a economia - lamentavelmente ainda com 40horas. Ou seja, pensaram diferente, mas ainda não o suficiente. Os ganhos vão desde menos trânsito e poluição decorrente à maior satisfação dos empregados - o mais 'engraçado' é que isto começou a ser testado devido à crise como uma maneira de evitar demissões.

Eu penso que com o aumento da disponibilidade da mão-de-obra e da possibilidade de conexão em rede poderia se ter a semana de 4 dias com 24h - 6h/dia - com vários turnos cobrindo as demandas produtivas. Reduziria um pouco o lucro da empresa, mas com certeza faria bem à distribuição de renda mais igualitária, reaquecendo a economia e tendo uma população mais feliz.

Fors Fortuna,

sábado, 25 de julho de 2009

Übernet. O real sentido da convergência digital.

Assistimos de camarote a uma grande transformação na experiência humana: a volta ao princípio, um recomeço que pede uma clara redefinição do papel do indivíduo na sociedade e do coletivo em equilíbrio com o individualismo; a criação de uma rede, de um coletivo da qual o indivíduo só tem a ganhar e na qual ele tem medo de se perder. Em termos de identidade e em termos de qualidade.

O conhecimento coletivo deve ser incentivado e ter sua qualidade elevada pelos expoentes de suas respectivas áreas, brotos de qualidade que indicam o caminho do crescimento vertical da árvore do conhecimento; abandonando seus egos, contribuirão sobrevalor para a edificação da sociedade do presente: a sociedade da informação, base para a sociedade do futuro, a sociedade da consciência.

Sem a guia destes referenciais, a rede do conhecimento perde a sustentação inicial necessária para lhe conferir credibilidade suficiente para se expandir e enraizar capilarmente no organismo social.

Toda rede, antes de se armar por inteiro, tem seu momento tenda.

O papel da burguesia foi o de levar a luz do conhecimento do pedestal para as camadas superiores das células sociais. Apenas por isto é que podemos enxergar e nos posicionar contra falhas de um sistema que, a luz de um novo conhecimento, deve refletir mais que superficialmente os anseios da sociedade que se forma: informada, convergente; consciente, convergida.

A sociedade da informação criará o sistema da fraternidade, único brado da revolução francesa ainda não retumbado. O fim do capitalismo, o início da fraternidade se dá pela cessão da competição a cooperação. Na rede da cooperação não há hierarquia, a importância é do processo, do qual todos se beneficiam, posto que todos se responsabilizam. É o trabalho coletivo edificando valor. O consumo consciente. O lucro honesto.

Tudo isto é uma realidade para quem está conectado consigo mesmo, com seu passado. E que espera mais de seu presente do que ouvir falar que o Brasil é o país do futuro. Mas que futuro é este que nunca chega? Não chega, porque a internet mudou a noção linear de tempo. A bem da verdade o futuro já está entre nós.

Mas o futuro é em beta e está sendo construído dia após dia.

Invista em uma banda larga de conexão direta com seu Eu mais profundo e crie hyperlinks para navegar pelos mares da vida com a “tag” ética que o meio exigir.

Afinal, direitos, principalmente ao consumo, exigem a consciência dos deveres inerentes.

Havendo consciência dos direitos e deveres, o princípio da rede, uma evolução tecnológica dos primórdios de nossa existência, em tribos, representa uma chance de reinício.

Vamos nos precaver da estranha coincidência do colapso da internet colidir com previsões apocalípticas de fim dos tempos; logo na era da informação, cuja rede de sustentação é a? Acertou.

E se os temas são variados é porque o mundo está convergindo. A nossa única preocupação passa a ser o ponto de convergência. Ainda há tempo de elevarmos a posição deste ponto de referência e garantir sua permanência em alto nível através de leis e justiça, elementos que, unos, promovem o equilíbrio no meio.

O tempo, mesmo modificado, urge pela qualidade e clama por coragem para reagirmos mais a altura dos avanços tecnológicos da década de ’70, o toyotismo, por exemplo: até agora não realizamos o (re)planejamento familiar necessário para equilibrar o meio. Como também requer coragem acabar com o spam, a pirataria e, a causa real disso tudo, a desigualdade no corpo social, constituído de células individuais e familiares.

A internet vai transformar ainda mais este corpo. O estouro da bolha foi apenas um sintoma, um presságio de uma nova era. Um ataque ao coração financeiro do regime que se encontra em seu entardecer.

A internet deixou, após o estouro da bolha, de ser vista como revolucionária e passou por um período de descrédito e desdém. Mas sua essência, descentralizada, independente e convergente, se reforça cotidianamente e demonstra indícios na política e economia, bem como nos negócios em geral.

Países outrora menos influentes internacionalmente, como o Brasil, passam a dividir o cenário mundial com os antigos ‘players’. Mesmo que ainda sem equilíbrio, isto representa claramente um movimento rumo à descentralização do poder.

O mercado fonográfico assiste perplexo o surgimento de um número incontável de independentes. O noticiário começa a ter como fonte blogs independentes. Independente da (ainda) colossal força das grandes mídias, isto representa claramente um movimento rumo à independência de emissão da informação. E, forçadamente, uma futura mudança nos hábitos de consumo de informação, passando–se a confrontar mais as informações, obtendo–se assim diferentes verdades e criando–se assim a sua própria visão, mais independente.

A formação de blocos econômicos como a ALCA, a União Européia, o Mercosul; a formação de ONGs. As comunidades que proliferam on e offline. Tudo isto é claramente um movimento rumo à convergência.

Tudo isto, descentralização, independência e convergência, faz parte de uma nova luz do conhecimento, uma luz violeta, que brilha de dentro para fora do corpo social, impulsionado pelas diversas células, mais fortes posto que trabalham em rede.

O mundo é representação e vontade. E está sendo reconstruído. Há de se planejar todos os recursos e de se estabelecer o ponto de referência sob a ótica da convergência: somos todos um só, respeitadas as diferenças; produção (necessidade) padronizada, distribuição (desejo) segmentado.

Está na hora de planejarmos a übernet: a rede de sustentação que se estenderá a partir do ponto de convergência e sob a qual se edificará o ser humano do novo milênio, o ser humano da era de aquarius.

Tal qual a internet está para a sociedade da informação, a Übernet está para a sociedade da consciência.

Até aqui, fomos o homem de peixes, preocupados com nossa concepção. Agora, está na hora de cuidarmos de nosso aquário.

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Übernet, Life Experience e Eram os deuses internautas foram artigos-propostas escritos em 2005, quando despertei para uma nova realidade e comecei a me educar em temas diversos, holísticos e convergentes a sua maneira: astrologia, psicologia junguiana, filosofia, coaching antroposófico, entre outros.

Por julgá-los ainda atuais e dignos de debate, coloco-os online para que todos os seres possam se beneficiar.

Fors Fortuna,

Budismo na Comunicação

Ego é conceito de Eu. Através do entendimento da interdependência e equanimidade e da correlação com o fato de que Emissor e Receptor passaram a, através da interatividade da internet, a terem valores (a principio) iguais, e de que religião [religare; reunião] e comunicação [communicare; tornar comum, ou seja, igual para se unir através de um entendimento uno] beberem da mesma fonte, união, o encaixe é, a meu ver, perfeito.

Pode se resumir então que o budismo se encaixa na comunicação como um elemento de fine tunning ético, que busca o equilíbrio e o valor em vida (life time value).

O impacto maior, contudo, é no planejamento, buscando uma abordagem holística, multifacetada, na qual todos possam se beneficiar. Isso muda a correlação de tempo, voltado cada vez mais ao planejamento e ao conceito.

Pois se chega ao não-conceito através do conceito.

Mas isso são conjecturas minhas. Se quiser saber melhor sobre isto deves procurar um Lama. Afinal, até essas palavras são emanação de um ego.

Fors Fortuna,

sexta-feira, 24 de julho de 2009

One planet, one chance

Não consegui o original do site budista, mas encontrei este aqui no Youtube que também vale a pena.



Fors Fortuna,

Aspiração para a proteção do Meio-Ambiente e do Planeta

O grande Lama Dzongsar Khyentse Rinpoche escreveu uma belíssima oração traduzida do tibetano para o inglês e então para o português.

Ressalto aqui o trecho que mais me impactou, convidando a todos a ler a íntegra aqui.

"Sobretudo, possam todas as pessoas reconhecer a importância de sua responsabilidade pessoal pela implementação da proteção do meio-ambiente e do planeta.

[Seres iluminados] Concedam suas bênçãos para que, tendo assim reconhecido, elas consigam, de hoje em diante, praticar aquilo que pregam, sem apenas dizer palavras vazias."

A bem da verdade, tudo se resume a isto: ações coerentes com a nossa realidade, mente suficientemente consciente do estado e do momento em qual nos encontramos - mas que sempre quer fugir do confronto consigo mesma, sucumbindo a desejos e prazeres que calam nossa pequena voz interior, a razão que no silêncio nos grita que já está passando da hora de agirmos como adultos e nos responsabilizarmos pela nossa casa, a Terra.

FORS FORTUNA,

Dalai Lama apoia a meta de 350ppm de carbono

Os níveis de carbono chegaram ao nível do alarmante.

Atualmente temos 385 partes de carbono por milhão na atmosfera, quando a zona de segurança para os humanos e para a vida como a entendemos é de 300 a 350.

Note que a proposta - da qual Sua Santidade é signatário e Al Gore principal propagador e defensor - é de reduzir ao topo do limite aceitável, ou seja, pedem o mínimo de mobilização para que a vida seja possível e sustentável. Não pedem demais, pedem o coerente.

Pragmatizando: uso de carvão exceto onde CO2 seja capturado, adoção de práticas agrícolas e florestais que seqüestrem carbono - isto para evitar efeitos catastróficos irreversíveis.

Leia o original em inglês no sensacional site Ecological Buddhism - a buddhist response to global warming.



Sabedoria no budismo é prática. Sustentabilidade também.

FORS FORTUNA,

Arquitetura viva

Chama pelo Globo Rural de 'Arquitetura botânica', penso que o termo 'viva' represente melhor o diferencial de se construir casas com árvores vivas e que crescerão.

Genial. Me lembra um pouco a arte do bonsai - só que gigante. E o comentário de uma botânica amiga: "crueldade com as plantas, que demonstram estresse".

Bem, faz sentido. Fica a dúvida cruel: edificações de concreto armado, metais e tudo mais, madeira 'morta' ou madeira viva? O que prejudica menos o ambiente e causa menos sofrimento?

Aliás, esta pergunta bem budista deveria servir de parâmetro na hora de se tomar decisões: isto causa sofrimento? Mais ou menos que as demais opções? E deveria ser item decisivo nos brainstorms e tomadas de decisão.

FORS FORTUNA,

Hope - Esperança nas visões de Pena Branca



Embora a esperança seja o último mal guardado na caixa de Pandora, é o título deste belo vídeo. Vale a pena conferir.

Eu, para mim, prefiro a fé. Pois fé é algo interno e depende de nós e que nos conecta com uma força maior (mesmo que interna) - a esperança me parece algo exteriorizado, da qual somos reféns crédulos de uma solução extrínseca que nos paralisa e faz agüentar toda e qualquer situação 'na esperança' que melhore.

Pode parecer detalhe, mas afinal, tudo depende de reconceituarmos detalhes de nossas vidas: os hábitos que nos fazem tão particularmente auto-destrutivos, reféns de nós mesmos.

FORS FORTUNA,

Dois encontros sobre sustentabilidade: um tema, dois mundos.

Participei recentemente do Fórum de Sustentabilidade da ABA - Associação Brasileira de Anunciantes - fato que rendeu post aqui.

Hoje foi a vez de participar de uma reunião no Jardim Botânico organizada pela ONG Terra Una que tem uma interessante proposta de vivência através do curso "Educação Gaia" que faz parte do grupo GEN - Global Ecovillage Network.

O curso é dividido em módulos, na seqüência: social, ecológico, econômico e, por fim, visão de mundo.

Aqui reside minha primeira crítica: se vai ter um módulo de visão de mundo que julga ser 'quebra de paradigma', tem que vir antes de falar das novas relações sócio-ecológico-ambientais, até para contextualizar e embasar.

Aliás, falou-se muito da vivência em comunidade, na relação das vilas, em vivências, em relações, mas nada explícito sobre Triple Bottom Line ou algo parecido, buscando a aplicação (na) prática.

Quando perguntado sobre 'como tudo isto se aplica nas empresas e suas culturas' a resposta foi vaga e claramente não focada. Tudo bem que este não é o enfoque, mas com as pessoas e a sociedade refém das marcas e empresas deixar isto de fora do escopo me parece um equívoco. A ajuda de um membro da organização da platéia tampouco colaborou: "atuamos em pessoas que são os clientes das empresas, sua maior força".

Sim, mas isto não me parece suficiente: 60 formados por ano não conseguem reverter um quadro nem de um nicho da indústria, quiçá de toda uma cidade se não tiverem técnicas de aplicação prática e viralização. Falta aqui talvez um pouco da pegada da comunicação e marketing para alavancar as coisas. E falta talvez um pouco disso na comunicação e marketing para sustentar as coisas.

O que promete é a parte do curso ministrado pelo professor Evandro Ouriques que falará sobre seu Quarto Bottom Line, a Gestão da Mente Sustentável. Acredito de fato que este é o único caminho para verdadeiramente mudarmos o rumo das coisas.

E penso que se deva fazer isto com acionistas de empresas e políticos. Focar no cidadão é filtrar gotas no oceano da ilusão. Se assim se chega lá, lógico. Mas não sei se temos de fato este tempo. Temos que atingir os formadores de opinião, pois até conseguirmos mobilizar uma massa crítica pode ser tarde demais.

"Ah, mas já tem muito mais pessoas mais conscientes", diria o otimista. Sim, mas nem todas as pessoas conscientes são coerentes e abrem mão de seus hábitos de fato. Canso de ver gente falando de sustentabilidade e devorando carne aos montes. Radical eu? Não, coerente. A carne, só para citar um exemplo, é uma das maiores vilãs da emissão de gases, do desmatamento, do consumo de água - tudo isto já vimos em posts passados.

Fato é que este grupo está de parabéns porque proporcionar vivências é algo fundamental na reformulação de nosso cotidiano, bem como seu empenho em realizar algo que não seja 'mainstream' dá gosto de se ver e compõe a mandala de ações necessárias para tratar do tema sustentabilidade na sociedade.

Eu não farei o curso, pois este segundo semestre será puxado e penso que deva haver tempo para se dedicar plenamente. Mas, em suma, recomendo.

E recomendo também e principalmente - e este era o intuito inicial deste post - que as partes se falem.

Não adianta querer tratar de sustentabilidade isoladamente. Os grupos econômicos devem se abrir para as vivências do pessoal, digamos, mais alternativo e estes tem que entender a dinâmica interna das empresas, até para poder propor vivências constantes, pois deve haver uma prática de sustentação, sem a qual se recai nos velhos hábitos e amarras do cotidiano. É preciso trabalhar em conjunto. E urgente.

As ferramentas econômicas devem interagir com as sociais (RH) e ecológicas, moldadas pela transformação de nosso pensamento em alinho com nossa ação. Sustentabilidade não pode ficar isolada no discurso, refém de sua própria torre de marfim, deve permear toda organização capilar e estrategicamente.

Sustentabilidade se faz em rede. A começar pela nossa própria rede neuronal.

FORS FORTUNA,

terça-feira, 21 de julho de 2009

O lixo da globalização do lixo



A Rede Globo entrevistou o suposto responsável pela carga na Inglaterra. Se o vídeo não rodar, vá à fonte.

E, como era de se esperar, 'filho feio não tem pai': afirmou-se 'laranja' (veja só a que ponto chegamos!) o brasileiro naturalizado português que abriu a empresa na Inglaterra a pedido e com verba dos empresários brasileiros, acusados por ele de agirem com o famoso 'jeitinho brasileiro' por saberem sim o que a carga continha - e por declararem valor inferior para pagar menos impostos, manipulando dados.

O problema, afirma o 'luso-fusco', é que desta vez eles não tiveram dinheiro para liberar a carga a tempo: plásticos de primeirissima linha, nunca reciclados. E que, já que na Inglaterra a coleta seletiva é feita individualmente nos lares, eventualmente são misturados com outras coisas, como seringas e bolsas de sangue usadas (!) - algo não me parece coerente na fala deste gajo.

Ainda passamos a saber mais dessa: até o lixo deles é melhor que o nosso, do plástico nem se fala.

Essa história do lixo da globalização, digo, globalização do lixo ainda vai dar o que falar.

FORS FORTUNA,

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sustentabilidade é consciência e mobilização!

Fico pasmem com a falta de ação do povo como um todo, quer seja contra os desmandos do Senado, quer seja contra a destruição de nossa fauna e flora e a péssima qualidade de vida à qual a maioria está sujeita.

Em Brasília, 19h. E o tempo não pára. Só em Brasília ele fica parado e o Brasil, atropelado pela história.

Está na hora de cada um de nós acordar e fazer valer em sua vida o lema da pátria: ordem e progresso.

Consciência ou morte: Viveremos!

FORS FORTUNA,

Inglaterra repatriará poluição

Segundo o site da BBC, a Inglaterra já se responsabilizou por repatriar as mais de 1.400 toneladas de lixo indevidamente exportadas para o Brasil - fato que feriu o 'convênio de Basel'.

As autoridades inglesas agora investigam os responsáveis por tal ato e parece que duas empresas acusadas pelo Brasil e sediadas na Inglaterra pertencem a um brasileiro.

É. Sem comentários para não expor minha indignação e, acima de tudo, vergonha e decepção com mais este brasileiro dando mau exemplo. Já ouço os comentários "só podia ser".

Ainda bem que há outros tantos que, conscientes, lutam por melhorias. Sustentabilidade ou morte, é serio. Viveremos!

FORS FORTUNA,

Inglaterra (ir)responsável por exportar poluição

Segundo o TimesOnline, a Inglaterra foi responsável por exportar contâiners cheios de lixo eletrônico, brinquedos sujos e, pasmes, seringas e bolsas de sangue usadas, além de outros materiais altamente contamináveis.

As empresas brasileiras esperava receber plástico reciclável e acabaram por acionar o IBAMA que agora espera conseguir repatriar o lixo inglês: "O Brasil não é um gigante depósito de lixo".

O que vale se perguntar também é se não existe plástico reciclável suficiente por estas bandas tupiniquins a ponto de terem que importar do exterior.

Ghana também foi alvo desta falha de conduta inglesa. O que alguns alegam, e isto se percebe nos comentários da matéria, é que isto não é uma falha e sim um padrão.

E ai, o que lhe parece?

FORS FORTUNA,

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sustentabilidade em pauta



Jornalismo ambiental é subversivo: "Ser sustentável é dar o passo do tamanho da perna".

Crítica perfeita. "A must see!"

Fors Fortuna,

'Maquiagem verde' e sinergia entre ecologia e economia



Ainda bem que há profissionais de comunicação que compartilham, defendem e propagam esta verdade.

Fors Fortuna,

Sustentabilidade da Mente Amorosa

Se é verdade que tudo é projeção de nossa mente, que a mesma chuva hidrata e inunda, dá e tira a vida, que a chuva é festejada por uns e execrada por outros, que tudo depende da correlação tempo x espaço x observador, que o sol que aquece também queima, então também as demais relações, inclusive humanas, são projeções de nossa mente.

O professor severo que cobra pelo bem do progresso do aluno, pela maioria mal visto e difamado, talvez seja o melhor amigo do aluno, mal acostumado, que prefere aqueles de sorriso fácil e avaliação idem.

Ou o amigo, que criticamente colabora para seu crescimento, diferente do colega que se omite a lhe dizer a opinião para não investir tempo na concorrência.

No âmbito das empresas, enxergar o concorrente como aliado pode ser estrategicamente vantajoso, levando desde redução de custos de logística até a poder de negociação com o cada vez mais forte comércio varejista.

Olhar com foco amoroso otimiza o planejamento, pois encontra os caminhos que tornam as relações fluídas.

Olhar com foco amoroso faz de toda situação um aprendizado, uma conquista de conhecimento rumo à sabedoria do bem viver, por mais redundante que isto possa se parecer.

Olhar com foco amoroso depende necessariamente de dois elementos: motivação pura e atenção plena – ambos conquistados, por exemplo, através da meditação/yoga e de boa/correta alimentação.

Olhar com foco amoroso é re-significar.

Recentemente, acompanhei palestra de um grande professor que tive em meu MBA de marketing que citou meditação como sendo algo que seria bom, mas uma perda de tempo nas corporações, pois levaria também à divagação (devagar+ação).

Mas não é disto que todos precisamos? De um outro ritmo?

Fors Fortuna,

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sustentabilidade - é, não é?

É!

Sustentabilidade deve principar no conceito, na gênese da idéia e criar suas raízes na estratégia para florescer em ações e prosperar em frutos de bom relacionamento.

Fazer sustentabilidade apenas na comunicação é correr o grave risco de ser superficial e ter a imagem manchada por green washing.

Não é?

Por mais que seja um bom 'approach', sustentabilidade deve ser ancorada em seu conceito em si, ou seja, uma comunicação que versa sobre sustentabilidade deve ser, além de ética e transparente, condizente com o conceito de sustentabilidade, sem buscar seduzir e sim informar, posicionar e engajar dentro de um cenário de coerência e consciência.

O consumidor quer troca e não enganação - mas isto a maioria dos profissionais ainda não entenderam: ou se interioriza o conceito de sustentabilidade estrategicamente, atuando a partir dos indivíduos de cada organização ou se terá sempre ações marginais ao cerne que se precisa atingir por meio da atuação - na estratégia, ação e relacionamento.

Isso, em suma, pode ser chamado de abordagem mais ética, holística e até mística - se for conduzido pelo lado da transformação do executivo para transformar a organização através de alimentação, yoga, mudança organizacional, etc - ou simplesmente vantagem competitiva, como diria Kotler.

A relutância de mudança das organizações, que mudam somente quando muito pressionadas, é o espelho da relutância das pessoas que as conduzem, afinal, quantos estão dispostos a parar de comer carne para reduzir o desmatamento, o crescimento do buraco da camada de ozônio, o empobrecimento do solo, o consumo desenfreado de água - sem contar que terão melhora na qualidade de vida e saúde? Quantos executivos mudaram seus hábitos de transporte e incentivam isto em suas empresas?

Kotler, aliás, versa sobre isto de maneira brilhante: ao invés de se investir em ações fora de seu core, mas que podem vir a gerar mais retorno de mídia - vemos ações que gastam muito mais na divulgação do que na própria ação -, investir dentro da área de seu expertise e capacidade transformadora para de fato dar saltos quali-quantitativos quanto à questão da sustentabilidade? A própria rede se assegurará de colocar isto em evidência.

Aliás, isto é um novo paradigma: o que é verdadeiro e bom se sustenta e propaga por si só.

Sustentabilidade é pensar o outro e agir em conjunto.

Fors Fortuna,

Sustentabilidade na ESPM-Rio

O tema sustentabilidade foi pauta da Academia dos professores da ESPM-Rio. Responsável por nos inserir e/ou atualizar neste contexto foi a coordenadora da ESPM Social, Bernadete Almeida, que trouxe de seus mais de 15 anos de experiência de Vale do Rio Doce e estudos e ensino sobre Responsabilidade Socio-Ambiental uma bagagem, proposta e motivação muito interessante.

Seu lema é "conversar sobre sustentabilidade dentro e a partir das corporações", desatrelando o tema da bandeira dos eco-chatos - o que, confesso, me chocou de início, pois se não fossem os 'eco-chatos' provavelmente ainda estariamos mais atrasados ainda em relação a este vital tema. Mas depois de conhecê-la melhor, pude ver não apenas seu entusiasmo e verdade ao tratar do tema, como também a luta por fazer com que o mesmo seja aceito pelos pares no mundo corporativo e não continuar a ser um Dom Quixote da causa - aqui vale ressaltar: como ainda tem gente - graúda inclusive - completamente a margem da consciência e da necessidade de adotar este estilo; e como se faz necessário, mais que adequar, posicionar o discurso para que este seja melhor entendido e absorvido.

Saí do encontro já repensando toda a ementa da aula de comuicação digital que dou já tocando no tema, mas que tenho o desejo que perpasse e dialogue com o mesmo incessantemente, buscando ser um dos pioneiros quando o tema é abrangência e transversalidade da sustentabilidade na grade.

Fica meu obrigado a este exemplo de como se pode atuar de maneira animada com ações do bem, abrindo não apenas para alunos, mas também para colegas, portas de oportunidade e janelas de diálogo vitais para o crescimento sustentável: de indivíduos, marcas e ambientes.

Aguardem novidades, pois a ESPM Social levantou a bandeira da sustentabilidade - e não foi para fazer festinha, foi para entrar para vencer.

Que este seja o estandarte da vitória de todos nós. Sustentabilidade ou morte, venceremos.

Fors Fortuna,

sexta-feira, 10 de julho de 2009

III.Fórum de Sustentabilidade da ABA Rio

Empresas agindo, imprensa cobrindo, consumidores atentos.

O problema é que o Tempo urge e clama por isto tudo, só que 'fora da caixa'. Me explico.

As empresas tem que agir sim, mas enquanto seu foco não mudar, o lucro ainda prevalecerá em relação ao respeito e ao progresso equanime - nada contra o lucro, que deve existir, mas contra deturpações criadas por.

A imprensa tem que cobrir, mas não adianta manter os mesmos padrões: é necessário incluir as mudanças nas relações da informação, trazer o leitor-consumidor para dentro da pauta e da redação, tornar-se multimídia, mas, acima de tudo, justa e coerente: dar pesos iguais às denúncias e aos esclarecimentos.

Inclusive para evitar que pessoas e corporações sejam prejudicados por boataria ou falsas acusações. Do jeito que está, qual a diferença entre um jornal e uma mídia social? Capaz da defesa ainda sair mais bem feita na mídia social devido à democracia do espaço. Afinal, muda tudo para o profissional e para o meio da comunicação.

O cidadão não deve apenas ficar atento às melhorias e aos impactos. Deve, principalmente, rever seus hábitos, consequentemente seu consumo e atuação nas empresas, na mídia e na sociedade.

Aqui reside o problema e entrave principal: todos tem que agir primeiramente em si, mas as empresas esperam a demanda do mercado (ou pressão de taxas e leis); a mídia de certa maneira também, perdida em meio ao tiro-teio da produção e do consumo cooperativo (e gratuito); os consumidores em sua maioria se sentem, ainda, sem poder de mudar as coisas e acusam a mídia e as empresas de não lhes darem alternativas.

Compreende-se o ciclo vicioso que se eterniza? Mas compreende-se também que a saída está em nossas mãos, certo?

Em suma, as ações são boas, mas aquém do que - dentro de meu limitado entendimento - é necessário para a sustentabilidade e viabilidade do superorganismo Terra continuar a existir - ao menos do nosso antropocentrico ponto-de-vista; ela continuará, nós talvez não.

Nada, contudo, a se criticar negativamente, pelo contrário, todos os esforços devem ser louvados, pois ao menos estão fazendo algo e levando o debate adiante. É necessário parar de ficar se criticando quem faz e buscar unir esforços e conhecimentos em prol da única agenda que nos une a todos: a (sobre)vivência no planeta Terra.

E é neste intuito de debate que este post surge, apontando para a necessidade de se verter o foco estratégico e criar novos paradigmas 'fora da caixa' para o pensamento, a fala e a ação das empresas, da mídia e de cada um de nós.

A começar pelos hábitos de trabalhadores-consumidores-cidadãos e a findar aqui, neste momento de reflexão, que pode servir para um novo recomeço. Depende dos olhos e da vontade de cada um que lê, pensa e age na vida.

Os fortes exercem sua vontade de poder - conforme conceito 'nietzschiano' - e fazem o mundo a sua imagem e semelhança, dia após dia, detalhe em detalhe, momento a momento.

Há 4 anos, quando despertei para esta realidade a partir das palavras de Mahatma Gandhi - "Você precisa ser a mudança que você gostaria de ver no mundo" - parei de fumar, passei a fazer compras com sacolas ecológicas, virei vegetariano e vendi meu carro, passando a andar mais de bicicleta e a usar os meios de transportes coletivos, além de caronas e taxi, quando necessário - muito mais ecológico e econômico, a única coisa que se perde é o pseudo-status; ainda chegará o dia que status será ter este estilo de vida alternativo-inteligente, pois poupa natureza-dinheiro-tempo.

E você o que você já fez ou está em vias de fazer para melhorar a sua vida e a de seu mundo? Ouse.

Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente, não ousar é perder-se para sempre, como diria Søren Kierkegaard.

"A única revolução possível é dentro de nós" - Gandhi

Fors Fortuna,

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sustentabilidade se faz em rede

Tenho buscado fazer a ponte entre comunicação digital - através de sua teoria das redes e árvore do conhecimento, Castells e Deleuze/Guattari, respectivamente - com a sustentabilidade, que só consigo imaginar em rede, ou cadeia de valor, como se queira.

A bem da verdade, pela urgência do tema e dos dados a cerca dos recursos, penso que é necessário agir mais rápido que temos reagido, por melhor que estejamos reagindo nestes últimos 5 a 10 anos - não sei se está sendo o suficiente para dar conta do que fora feito nos outros 50.

Por isto, penso que ou se muda o pensamento e a conduta das pessoas, executivos e consumidores - além das regras e sanções impostas, claro - ou não teremos uma real transformação necessária e sim, apenas, maquiagem.

Com o grave efeito de não ser algo consciente e sim imposto, taxado e, se não cobrado, burlado.

Temos que levar os executivos e consumidores a se repensar, a pensar fora dos padrões analógicos, ultrapassados, a superar as barreiras dos hábitos e a si mesmos para darmos um salto quântico e qualitativo de gestão, consumo e qualidade de vida.

Pensar em meditação, yoga, filosofia pode parecer deslocado, utópico ou hippie demais, mas é, sem dúvida, um caminho de saudável quebra de paradigma e apresentação de viabilidade de uma outra realidade na qual a sustentabilidade começa por si e conquista as esferas de dentro para fora como um ato consciente e perene, que mesmo sem a vigilância de taxas e multas manterá sua reta conduta.

Não sei se me tomo por precipitado por pensar tudo isto, mas foi o que, como diria Gandhi, 'aquela pequena voz silenciosa dentro de mim' me fez desejar manifestar após participar hoje do III Fórum de Sustentabilidade da ABA Rio.

Em breve, talvez hoje, mais tardar amanhã à noite, mais posts sobre o Fórum.

Fors Fortuna,

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Pra quando tudo acabar em pizza...



Até quando acaba em pizza a coisa pode ser ecologicamente correta.

Fors Fortuna with double cheese,

sábado, 13 de junho de 2009

Ciclo Comunicar Sustentabilidade



O debate acontecerá no dia 18.06, quinta-feira, das 9h às 12h30, na ESPM Rio.

Quem tiver interesse deixa um comentário que entro em contato com os organizadores para arrumar um convite, exclusivo para professores, colunistas, conselheiros, articulistas e amigos mais próximos do Nós da Comunicação.

Participe. Debate bom é aquele que se sustenta com argumentos.

Fors Fortuna,

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Sustentabilidade leva à fidelização

Tem empresas e profissionais tratando do tema sustentabilidade como ferramenta de alavancagem de vendas, auxílio em posicionamento, maquiagem corporativa ou simplesmente munição para a propaganda - o tal do GreenWashing.

Isso além de ser um tiro pela culatra, como comprovou recente pesquisa (onde Bradesco e Banco Real foram apontados ao mesmo tempo como instituições preocupadas com o tema e instituições que fazem uso do tema apenas para melhorar sua imagem - para mostrar como é difícil tangibilizar as ações sustentáveis em meio a tanta desinformação), ainda é uma miopia humana local de proporções globais.

Me explico.

Agir de maneira sustentável não deve ser uma questão de quanto isto vai ou não melhorar ou não a imagem de uma empresa, pois da maneira que o consumo de matéria prima anda - 25% mais que a Terra pode repor - não haverá mais sustentabilidade para a vida neste pálido ponto azul e aí a preocupação não será tanto com o ROI, imagino eu.

Com isto não estou sendo leviano e sugerindo metermos os pés pelas mãos, realizando ações sem dosar o custo-benefício para a marca, mas sim encararmos o fato como necessidade e recebermos o tema sustentabilidade de mentes e braços abertos em nossos brainstorms de processos de produção e comunicação: fazer da sustentabilidade um parâmetro de criação e planejamento estratégico, não um 'nice to have' "caso dê", mas um 'must have' que nos obrigue a criar alternativas proveitosas e sustentáveis gerando benefício para as pessoas, para o planeta e lucro para a empresa, buscando permear todos os elos da cadeia de valor de uma marca para que esta transpira este importante conceito para o consumidor e o vivencie na prática - o consumidor e a sustentabilidade, faces da mesma moeda neste novo cenário que se apresenta.

O consumidor aliás, desperta cada vez mais para a importância do tema e por mais que não seja bem informado - o que é cada vez mais raro -, começa a desenvolver uma sensibilidade, quando não uma desconfiança a ser vencida, para com empresas e suas ações positivas, tornando-se assim um consumidor infiel e volátil de acordo com preços e oportunidades de condições.

Trabalhar a sustentabilidade é trabalhar a fidelização, ao passo que se zela também pela possibilidade de existência a longo prazo desta relação.

Quando o consumidor entende que a marca está lutando não somente por ela, mas por ele e pelo que possibilita ambos a continuarem ele passa a defender a marca como defende e causa e com isto ganha-se um ativo sem igual para a mesma: uma voz independente e com credibilidade viralizando as ações da marca.

Fors Fortuna,

sábado, 6 de junho de 2009

Pálido ponto azul



Você vê alguma fronteira? Você vê alguma saída? Eu só vejo vida.

Fors Fortuna,

CGPP - Children´s Global Peace Project

Conheci o CGPP através de um grande amigo, mestre de danças circulares e Qi-gong, além de praticante budista, sufi e outras tantas coisas mais. Está empenhado em um belo trabalho no interior de Minas ao qual pretendo ajudar a realizar. Mais novidades em breve.

Por enquanto, fica o convite a conhecerem o site da organização e ver este video, na reflexão de que já temos tudo para salvar a nossa Terra e a nós mesmos, o que falta mesmo é vontade política.


Mas vendo a apresentação do trabalho de meu amigo e o material oficial da CGPP o que passa na minha cabeça é o mantra que meu lama-raiz, Chagdud Tulku Rinpoche, dizia sempre aos seus discípulos: 'Keep Going'.

A este eu adiciono o "never give up".

Fors Fortuna


terça-feira, 2 de junho de 2009

Etanol - sustentabilidade como dever de casa

"O Brasil terá de resolver este problema interno, local, para depois tentar resolver o problema global".

Certíssimas palavras do ex-presidente estados unidense, Bill Clinton, que emenda: "o mundo tem certeza de que o etanol de cana-de-açúcar é o biocombustível mais eficiente para combater os problemas de aquecimento global. Mas se o etanol de cana começar a ser utilizado em larga escala, a produção de cana poderá se expandir de forma expressiva para as áreas de pastagem de gado, empurrando o gado e os grãos para a Amazônia. O Brasil precisa provar para o mundo que isto não vai acontecer".

"Vocês têm uma eficiência grande na redução de emissões dos transportes e na produção de energia a partir de hidrelétricas", lembrou. "Mas vocês são o oitavo maior país em emissões e estão próximos de Índia e China", completou, cobrando a redução nas emissões vindas de agricultura e desmatamento, que correspondem a 75% das emissões totais do país, segundo ele.

Vale a pena ler a íntegra da matéria do G1 sobre a palestra realizada durante o Ethanol Summit.

De relevante, vale ainda ressaltar que a sustentabilidade é única forma de se reduzir a instabilidade e a desigualdade mundiais. 

Em relação à desigualdade social, Clinton lembrou que apenas países europeus que cumprem as metas do Protocolo de Kyoto, assinado em 1990, conseguiram reduzi-la.

Segundo Clinton, Dinamarca, Suécia, Alemanha conseguiram, ao mesmo tempo, reduzir a desigualdade e serem os únicos entre as mais de 140 nações signatárias do Protocolo de Kyoto a conseguir cumprir as metas previstas.

Fors Fortuna,

domingo, 24 de maio de 2009

É com ela que vou...

Andar de bicicleta é mais saudável, rentável e amável que qualquer outro tipo de transporte. Além de se poder apreciar a beleza da natureza e encontrar com pessoas igualmente conscientes da importância do equilíbrio entre sua própria saúde, a do planeta e a da sociedade, pode-se também exercitar sua juventude, poupar seu dinheiro e desafogar o trânsito.

E hoje em dia não se precisa nem ter mais sua própria bike. Veja importante ação de divisão social/comunitária de bicicletas e pense como isto poderia mudar a realidade caótica de nossas grandes cidades.

Longas distâncias? Pega o metrô ou ônibus e pronto. E de sua casa à estação ou ponto e depois do translado com transporte público - menos poluente que uma frota de carros - faça uso dessa política de bike-sharing.

A natureza, sua saúde, seu bolso e a cidade, agradecem.

Fors fortuna,

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Decência já

Está na hora de olharmos ao nosso redor e para nós mesmos, este Brasil que somos, com um olhar adulto, maduro, enfim, com seriedade.

A começar, deixar de ver tantas diferenças entre ricos e pobres, direita e esquerda, favela e asfalto.

A única diferença que devemos pontuar – e agir contra, individual e coletivamente, como um bloco continental indestrutível – é a diferença entre aqueles que são decentes e os que não são.

Basta de roubo. Basta de jeitinho. Basta de desperdiçarmos nosso potencial com esmolas e desvios. De dinheiro e de conduta.

Conduzir nossa realidade a um patamar mais elevado depende de cada um de nós. Mas apenas juntos conseguiremos fazê-lo.

É preciso pensar o Brasil como um só. Onde a qualidade de vida do pobre influi diretamente no usufruto das conquistas do rico; estes presos pelo vil metal, aqueles abandonados a própria sorte.

Temos mercado consumidor, mão-de-obra e matéria-prima, além de uma inteligência fora do comum – aqui mal aplicada no jeitinho, lá fora moldada como diamante solucionador de obstáculos – e uma elite cuja formação não deve nada a nenhuma outra do mundo.

O que então nos impede de exercemos nossa magnitude?

Nosso medo de perdermos o pouco que temos.

A elite prefere ficar refém dos ladrões e malandros porque teme perder seus bens; a classe média teme perder o pouco que tem e virar miserável – afinal, a pobreza bate a porta e dobra a esquina; a imensa massa de pobres ilude-se com o pão e circo da TV, revistas e estádios, órfã de educação e oportunidades para prosperar, cultivando contudo uma alegria nativa do brasileiro.

Somos tão ricos. Não deixemos os ladrões e malandros nos amedrontarem. Somos mais fortes que eles. E somos mais fortes que nossos vícios e hábitos.

Basta. Olhe ao seu redor e veja que há mais gente decente que corrupta, que os valores se inverteram e que, portanto, há mais gente decente aqui entre nós do que lá, nos pseudo-representando.

Está na hora da sociedade se unir ao meio-ambiente para forjar o todo do potencial do ‘Ambiente Brasil’; do empresário se unir ao trabalhador; do asfalto abraçar a favela e transformá-la por inteiro, transformando-se concomitantemente; dos bons profissionais buscarem o consumidor e/ou os órgãos regulatórios para assegurar que a meritocracia aconteça e passe a reinar neste país onde todos só esperam uma chance para fazer acontecer. E não necessariamente apenas ‘se dar bem’. Quem tem mais poder precisa dar o primeiro passo, pois lamentavelmente a desconfiança impera entre todos nós.

Não há sustentabilidade sem seriedade. Tampouco há desenvolvimento de fato sem seriedade. Só há se houver decência e isto só se erige através do tripé ética, respeito e atitude.

Ordem e progresso devem começar em cada um de nós e devemos fazer disto de fato nossa bandeira individual e, juntos, içarmos o Brasil ao topo, elevando assim a qualidade de vida de todos os segmentos da sociedade.

Não há mais do que dois tipos de brasileiros (e de humanos como um todo): aquele que é honesto, íntegro e comprometido e aquele que é ladrão, vagabundo e dá seu jeitinho para levar vantagem e se dar bem.

Quando os honestos de todas as classes se unirem ninguém segurará este país, que clama por ‘Decência já’!

Decentes do Brasil, uni-vos! Pátria ou morte, venceremos.

Fors Fortuna,

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ações inspiradoras: torne-se um ativista ambiental



Esta frágil Terra merece uma voz: a sua.

Com esta chamada o Greenpeace convoca a todos para se tornarem ativistas ambientais contra as mudanças climáticas, assinando gratuitamente para receber os informativos e, principalmente, os alertas de atividades do grupo.

A meta é atingir 3 milhões de ativistas para mostrar o poder daqueles que estão preocupados com o futuro da mãe Terra.

Vale o confere do video para se inspirar e, lógico, assinar.

Fors Fortuna,

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Monges budistas criam o primeiro templo sustentável

Garrafas verdes e marrons de cerveja são a matéria prima principal do 'templo de um milhão de garrafas', como é conhecido o templo Wat Pa Maha Chedi Kaew que fica na província de Sisaket, próximo da fronteira com o Camboja, na Tailândia.


O edifício já entrou para a lista das construções sustentáveis que os turistas poderão ver na Ásia.

Os prédios utilizam vigas de concreto para manter a sustentação, mas as aproximadamente 1,5 milhão de garrafas verdes de cerveja Heineken e marrons da cerveja tailandesa Chang dão a cor ao ambiente.

Até os mosaicos de Buda foram criados com tampinhas de garrafa.

Os monges começaram a recolher as garrafas em 1984. Veja a matéria completa.

E aí, já pensou em que fazer com aquela sua coleção de latinhas?

Fors Fortuna,

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Arnaldo Jabor fala sobre Carne e Meio Ambiente



400g por semana? Por que não logo abolir de vez esta violência contra seres indefesos? Faltou o maior de todos os argumentos, o menos tangível e mais importante: o do coração.

Fors Fortuna,

domingo, 29 de março de 2009

A Hora do Planeta chegou. E a sua?

A consciência está crescendo e não tem mais medo do escuro da ignorância na qual nos encontramos desde os primórdios.

Pelo contrário, enxerga cada vez mais na escuridão e convidou todo o mundo a apagar as luzes para pressionar os líderes mundiais que participarão da conferência sobre mudança climática que acontecerá em dezembro em Copenhague (Dinamarca).

O resultado foi espantoso: quase 4 mil cidades de 88 países aderiram e muitos dos principais marcos históricos e pontos turísticos do planeta apagaram suas luzes para fazer a idéia da campanha brilhar cada vez mais.

Veja aqui detalhes do êxito, quais cidades e quais monumentos, inclusive no Brasil, aderiram: destaque nacional ao Cristo Redentor e principais capitais regionais do país, internacional à Torre Eifel e à cúpula do Vaticano.

Vamos ver se os outros objetivos também obtêm êxito: incentivar a população a trocar suas lâmpadas por outras de baixo consumo e a economizar energia diminuindo seu ar condicionado ou seu aquecedor.

O ideal seria uma campanha de sustentação, mostrando que a mudança está só começando. E que não podemos esperar pelos políticos ou empresas: a transformação começa por cada um de nós.

Entendo este evento como positivo em dois aspectos: por causar uma pressão pública pela aprovação da pauta e de questões ambientais no G20; e por ser uma quebra na rotina que pode sensibilizar um ou outro a mudar seus hábitos - a educação formará os conscientes do futuro, mas os adultos atuais precisam se sensibilizar com a causa de preservação do planeta para poder gerar consciência.

Logicamente, há céticos e acho importante que todo apoio ocorra de maneira crítica, pois a fé não pode ser cega para que a entrega seja de fato por inteiro.

Importante ressaltar que há muito greenwashing por aí, que apagar a luz durante uma hora e ficar horas no banho quente ou lavando a calçada com mangueira, escovando os dentes com a torneira aberta ou fazer campanhas 'de fachada' não colaboram em nada, pelo contrário. Mas apenas criticar sem agir e/ou sugestionar é tão ruim quanto: criticar sim, desmobilizar nunca!

Porém, de certa maneira, estes críticos ácidos e por muito agressivos e ofensivos, posto que falhos em seus argumentos - como estes -, acabam fazendo algo de positivo, divulgando a causa, pois sua maneira caricata acaba por levar as pessoas a de fato refletirem e encontrarem um salutar meio termo.

De fato, há muito interesse envolvido, marcas e empresários em sua maioria não são de fato compretidos com a causa, agindo mais por interesse que por ideologia - ou somente por aquilo. Mas não podemos negar que há uma transformação em curso. Da perspectiva imediatista talvez seja uma mudança muito branda e aquém do que precisamos, mas isto não nega a natureza dos fenômenos - não estamos apenas vendo uma renovação de fachadas.

Analisado sob a perspectiva dos últimos 200 anos, há avanços consideráveis na conscientização, leis e ações: é a passagem da Era Industrial para a Era da Informação, que se deu em 1991 quando pela primeira vez se investiu mais em computadores e dados que em maquinário de produção.

Ou seja: a rede da informação se erige há muito pouco tempo se comparado aos 200 anos dos pilares opressores da mídia de massa à serviço da elite despreocupada com o coletivo - mas que em si já havia sido um pequeno-grande avanço em relação ao sistema anterior, feudal, aristocrata e, em última instância, de castas.

Dizem que as pessoas são ingênuas, pouco letradas de fato, mas temos que ver que há menos de 100 anos a maioria era analfabeta. Agora as pessoas tem voz e vez - pela primeira vez na história da humanidade 'o povo' tem acesso à produção de conteúdo e informação graças ao paradoxo descentralização-convergência. As pessoas estão aprendendo a fazer uso dela e usando-na para de maneira cooperativa alterarem positivamente suas realidades coletivas a partir de suas individualidades - realimentando mudanças nos meios-de-produção e fazendo a infra-estrutura reiniciar um diálogo com a superestrutura.

A rede e a Era da Informação darão lugar à rede e Era da Consciência, onde haverá equilíbrio na força entre os impulsos individualistas e as necessidades coletivas, realizando a convergência de fato - um equivalente digital ao princípio da fraternidade e, por que não dizer, da Anarquia de Bakunin.

O que é necessário entender é que ou se faz um revolução, que em si contém a idéia de ruptura, ou se faz as transformações de maneira gradativa e possível buscando sempre o máximo de agilidade, pois de fato o tempo urge: mas é nas pequenas coisas que reside a grande transformação.

Pequenos gestos guardam em si um grande potencial.

E é com pequenos, mas constantes e progressivos passos que se vence uma jornada e conquista seus objetivos de maneira sustentável. Afinal, já diz o ditado: "Uma grande jornada se inicia com um pequeno passo de cada vez".

Fors Fortuna,

sábado, 14 de março de 2009

O fim da linha - o começo da mobilização

Já imaginou um mundo sem peixes? Pois se nada for feito parece que isto se torna realidade em 2048.



Pelo visto o documentário é tão bom quanto o site.

E para não ficarmos somente no lamento e no estarrecimento, segue a dica do site do Greenpeace com dicas do que fazer para salvar nossos oceanos: os oceanos precisam de nós, e nós precisamos dos oceanos.

10 ações cotidianas para salvar os oceanos

1. Não deixe lixo nas praias

2. Não jogue bituca de cigarro na areia

3. Pressione o governo para que sejam ativos na preservação dos oceanos

4. Utilize mais o transporte coletivo e bicicleta, você estará diminuindo a emissão de CO2

5. Seja um multiplicador das idéias em defesa dos oceanos

6. Não coma peixes ameaçados

7. Ajude a recuperar áreas costeiras degradadas

8. Não construa em áreas costeiras ilegalmente

9. Seja um defensor das atividades sustentáveis

10. Entre na onda com o Greenpeace nas ações de preservação dos oceanos

Se cada um fizer sua parte continuaremos a ter este reservatório de onde evoluiu toda a vida terrestre por muitas e muitas gerações.

Fors fortuna,

quarta-feira, 11 de março de 2009

SAC Vegano

Mais uma boa alternativa para se informar e consumir conscientemente.

Nasceu no orkut e cresceu para site.

Parabéns pela iniciativa.

Fors fortuna,

Dever humano - direito dos animais


O primeiro projeto de lei do Senado de 2009 foi apresentado na última sexta-feira (6) pelo senador Expedito Júnior (PR-RO) - visite o site dele - E-mail: expedito.junior@senador.gov.br - e prevê a ampliação dos direitos dos consumidores.
De acordo com o texto, os fabricantes de produtos alimentícios e de peças de vestuário ficam obrigados a identificar, em embalagens ou etiquetas, os componentes de origem animal utilizados na confecção dos produtos.

Expedito Júnior pondera, na justificação do projeto (PLS 01/09), que a legislação em vigor preocupa-se “apenas com aspectos relevantes do ponto de vista nutricional e sanitário” dos produtos, deixando de fora o detalhamento sobre itens que podem afetar a decisão dos consumidores.

Ele cita o caso dos adeptos do veganismo, que defendem, entre os seus princípios, o não consumo de produtos (roupas e alimentos) que tenham sido elaborados com matéria-prima de origem animal ou que tenham sido testados em animais. Os veganos não consomem, por exemplo, carne, peixe, mel e ovos ou produtos feitos com peles, couro, lã ou seda.

De acordo com o senador, para que esses e todos os demais consumidores brasileiros possam exercer seu direito de escolha, é necessário que tenham a informação completa sobre a composição dos produtos. Para tanto, a proposta apresentada pelo parlamentar altera o artigo sexto do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) para incluir, no rol de direitos dos consumidores, “a informação, em rótulo ou etiqueta, sobre a existência de componentes de origem animal em alimentos e roupas”.

A matéria foi enviada à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), onde aguarda designação de relator. A proposta de Expedito Júnior poderá receber emendas dos senadores que integram a CMA e terá decisão terminativa nesse colegiado.

Iara Guimarães Altafin / Agência Senado
Um pequeno passo para os animais, um salto para nós humanos.
Manda uma solicitação e um apoio ao senador. Eu escrevi o seguinte junto ao texto padrão constante no site: Sou vegetariano há 3 anos e não sou vegano por falta de informação nos produtos. Seu projeto é um pequeno passo para os animais, mas um grande salto para nós, humanos, sairmos da ignorância. Parabéns por sua iniciativa, coragem e determinação.
Mais informações você encontra também no Guia Vegano.
Fors Fortuna,

sexta-feira, 6 de março de 2009

A Hora do Planeta

Apague a luz de sua casa e acenda a Luz de sua consciência para iluminar o planeta e fazer os demais refletirem sobre a necessidade de agirmos. Ainda há tempo.

Saiba mais no site oficial da campanha apoiada pelo WWF Brasil: A Hora do Planeta.

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Sábado, 28 de março, às 20h30

Destaques:

Veja a lista de quem já aderiu ao movimento

Mude seus hábitos por um planeta mais sustentável

O WWF-Brasil participa pela primeira vez da Hora do Planeta, um ato simbólico, que será realizado dia 28 de março, às 20h30, no qual governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados a apagar as luzes para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global.

O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos, possível em todos os lugares do planeta, tem como objetivo chamar para uma reflexão sobre a ameaça das mudanças climáticas.Participe! É simples. Apague as luzes da sua sala.

Como participar?

Cadastre-se no site

Divulgue a Hora do Planeta para seus amigos

Descubra outras formas de contribuir com o movimento

Por que participar?Porque o Brasil precisa demonstrar que a sua população está atenta ao problema do aquecimento global e disposta a tomar as atitudes necessárias para reduzir estas ameaças. Queremos que os brasileiros se juntem a um bilhão de vozes em todo planeta, chamando os líderes mundiais a assumirem sua parte na solução do problema.

Saiba mais

Fors fortuna,

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Panta rhei na física quântica: da matrix do hedonismo egoísta à Nova Era

Do comentário do amigo, companheiro docente e co-militante da área digital Marcelo 'Celo' Santos - que colaborou alguns posts atrás - surgiu a seguinte reflexão que compartilho abaixo.

Primeiro o comentário dele sobre o post referente ao caroço do limão, depois o texto que acabei por desenvolver numa despretenciosa resposta, mas que julguei dentro de minha visão limitada digna de ser compartilhada neste espaço e não escondido no rodapé como comentário de outro post.

--- início/comentário ---

Klaus!Muito pertinente sua reflexão, adorei! Pensei duas cositas... O hedonismo egoísta que tanto ocupa minhas reflexões tem muito a ver com o limão que vem açucarado, sem caroço, sem obstáculos ao prazer puro e gratuito - ou melhor, trocado por dinheiro. Outra coisa é a desconexão com o mundo real, a matrix mesmo, em que o sujeito já não sabe suas raízes íntimas. Quem não pensa na origem do que come, como pode pensar nos efeitos de suas ações? >> passo fundamental para a conscientização em busca da sustentabilidade biológica.

--- fim/comentário ---

Celo!

Como sempre uma sinergia somatória.

Concordo, acho que é bem por aí.

Acrescentaria que há um desequilíbrio dentro do desequilíbrio - tal qual Marx versava sobre o capitalismo, até porque baseado nele -, explico: o hedonismo egoísta está rumando para esferas tão extremadas que a meu ver eclodirá, pois chega a limites onde não se aceita nem mais trocar o dinheiro por prazer; quer se ter prazer sempre e sempre se dar bem, não gastando nada por isto (não sei se este é um fenômeno cultural da terra dos malandros, ou se pode ser aplicado em esfera global - o que achas?).

Todavia, vale a reflexão de que com esta ruptura dentro da ruptura possa sobreviver aquilo que possibilita inicialmente o prazer sem custo aparente ou drasticamente reduzido: o open source, o crowdsourcing, enfim e sem termos técnicos, a união das pessoas em torno de um 'bem' comum.

Mais ou menos no esquema da saturação do doce, que deixamos de comer ou da bebida que após inúmeros porres passamos a abdicar, sem contudo deixar de comer ou beber - e se divertir e ter prazer; agora, de forma mais equilibrada. E compartilhada.

Antes alarmista, após estudar a evolução da comunicação nos 360 séculos, vejo tudo de maneira mais contemplativa e calma, entendendo os ciclos e tentando humildemente apontar os pontos de saída da roda que nos levariam à supremacia do viver, alcançando-nos a eternidade.

Eternidade esta somente possível no pensar, falar e agir sustentável, onde origem, meio e fim são pontos-chave dos ciclos de consciência em desenvolvimento contínuo, progressivo e sustentável - por dentro, mas necessaria e paradoxalmente fora e acima da matrix - do samsara.

Maravilha poder trocar contigo mesmo e apesar da distância - sem essa parte da matrix isto poderia não acontecer de maneira tão intensa, levaria muito mais tempo até lermos nossas cartas, publicarmos para compartilhar com outros, receber destes contribuições, compartilhar novamente.

Mas poderiamos também estar vendo pornografia, roubando senhas, hackeando sites, vendo BBB ou vendo vídeos de pum no youtube.

O que se faz com a evolução determina se continuaremos a evoluir como indivíduos e como coletivo.

Como sempre é tudo uma questão de escolha, uma questão de livre arbítrio - fundamental em um época onde estamos cada vez mais onipresentes e oniscientes. (Penso em um 'artigo', esboço de um texto que escrevi há quase 5 anos entitulado 'Eram os deuses internautas' e cogito publicá-lo aqui, mas não sem antes relê-lo criticamente, afinal, amadurecemos e evoluimos neste período)

E é por isto, pela cada vez maior possibilidade de escolha e da proximidade mesmo que virtual, que vejo que estamos chegando a um desses "tipping points": para onde rumaremos, qual 'energia' prevalecerá dependerá da decisão de cada um.

E cada um é uma estrela nessa imensa constelação do universo - digital e real ao mesmo tempo, afinal, panta rhei na física quântica.

Fors Fortuna,

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Marcas d'água

Marca d'água é aquilo que quase ninguém vê, mas que na maioria das vezes garante ao dono a autoria da imagem ou trabalho, não é? É.

Mas tal qual um prisioneiro da caverna da República de Platão foi-me dado de beber desta fonte chamada Waterfootprint.

E eis que descobri que 'marca d'água' é de fato algo pouco perceptível, mas vital de se ser considerado: o quanto que se gasta de água para cada item que utilizamos em nossa vidinha pequeno-burguesa é assombroso.

Confesso que me espantei e que os números excedem em muito minha estimativa. Em tempos de início de escassez de água potável deveriamos rapidamente rever nossos conceitos.

1000 litros de água para um kilo de arroz

1350 litros de água para um kilo de grãos

16000 litros para um kilo de carne

Você ainda não virou vegetariano e continua falando em desenvolvimento sustentável? Tenha compaixão por sua inteligência - e pela vida no planeta Terra - e torne-se coerente.

Fors Fortuna,

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Contemplar o caroço do limão em busca da sustentabilidade

Repararam como os limões não vêm mais com caroço?

O avanço genético em si do objeto exterior e a conseqüente mudança de sua natureza podem até não ser ruim, mas nosso desenvolvimento interior não acompanhar esta erradicação daquilo que aparentemente nos atrapalha é o que preocupa - devemos nos lembrar que o caroço deixado de fora serve naturalmente à procriação e perpetuação para dar mais frutos e alimentar o ciclo da vida. Quando se retira o caroço, se rompe o ciclo que continuará genética e artificialmente induzido para dar mais frutos.

(A reflexão disto poder ser o que perpetua o samsara - a lapidação e elevação da alma - não se encaixa na proposta deste blog, mas é válida e seguirá aqui evidenciando o azedo do amor, que entendo como principal via de sustentabilidade.)

Sem observar a verdadeira natureza das coisas - que traz em si os opostos complementares cuja união é viabilizada pelo entendimento de tal complementaridade enraizada na tolerância - corremos o risco de não observarmos como carregamos em nós mesmos opostos complementares e a necessidade de (n)os harmonizarmos sempre com o intuito do progresso e melhora de ambas as partes que formam o todo e que apenas juntas são capazes de evoluir: sem excessos, sem radicalismos, com tolerância e equilíbrio.

Se o humano conseguir focar na lapidação interior mesmo sem os referenciais exteriores, ótimo termos limões sem caroço: quem não gosta de conveniência?

Mas temo que a conveniência externa leve à alienação interna no comodismo e à falta de reflexão geral e conseqüente estagnação na jornada pessoal.

Ou, pior: ao entendimento de que uma melhora acontece apenas com a erradicação daquilo que aparentemente é diferente ou apenas não-conveniente. Tanto no nível interno quanto no externo isto representaria um desastre eco-socio-psicologico e levaria a um desequilíbrio no desenvolvimento sustentável individual e coletivo. Não se evolui erradicando simplesmente as coisas.

Fazer do limão uma limonada já não será mais para o caminho da sustentabilidade um diferencial em si e muito menos uma lição. Aprendizado para que se daqui a pouco o limão já virá adoçado?

E as futuras gerações acharão que bife nasce embalado, fruta em caixinha e plástico some com o barulho do caminhão de lixo. Tudo fácil, sem esforço. Tudo homogêneo, sem contraste. Tudo, menos vida.

É só por isso que eu, quando faço minha limonada, ainda sonho em encontrar um caroço. O desejo de saber que o ciclo evolutivo estará naturalmente garantido e não artificial e geneticamente induzido.

Fors fortuna,

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Necessidade de processos na democracia

Democracia sem estruturação processual acaba levando a perda de eficácia e a uma natural concentração desorganizada/desestruturada de forças para surprir a falta de fluidez - uma rede somente tem sustentabilidade com equilíbrio, harmonia e equanimidade.


E é através da equanimidade que nasce o Amor, do Amor a compaixão e da compaixão o regozijo. São as quatro qualidades incomensuráveis budistas servindo de alicerce para o desenvolvimento sustentável.


Fors fortuna,