Assistimos de camarote a uma grande transformação na experiência humana: a volta ao princípio, um recomeço que pede uma clara redefinição do papel do indivíduo na sociedade e do coletivo em equilíbrio com o individualismo; a criação de uma rede, de um coletivo da qual o indivíduo só tem a ganhar e na qual ele tem medo de se perder. Em termos de identidade e em termos de qualidade.
O conhecimento coletivo deve ser incentivado e ter sua qualidade elevada pelos expoentes de suas respectivas áreas, brotos de qualidade que indicam o caminho do crescimento vertical da árvore do conhecimento; abandonando seus egos, contribuirão sobrevalor para a edificação da sociedade do presente: a sociedade da informação, base para a sociedade do futuro, a sociedade da consciência.
Sem a guia destes referenciais, a rede do conhecimento perde a sustentação inicial necessária para lhe conferir credibilidade suficiente para se expandir e enraizar capilarmente no organismo social.
Toda rede, antes de se armar por inteiro, tem seu momento tenda.
O papel da burguesia foi o de levar a luz do conhecimento do pedestal para as camadas superiores das células sociais. Apenas por isto é que podemos enxergar e nos posicionar contra falhas de um sistema que, a luz de um novo conhecimento, deve refletir mais que superficialmente os anseios da sociedade que se forma: informada, convergente; consciente, convergida.
A sociedade da informação criará o sistema da fraternidade, único brado da revolução francesa ainda não retumbado. O fim do capitalismo, o início da fraternidade se dá pela cessão da competição a cooperação. Na rede da cooperação não há hierarquia, a importância é do processo, do qual todos se beneficiam, posto que todos se responsabilizam. É o trabalho coletivo edificando valor. O consumo consciente. O lucro honesto.
Tudo isto é uma realidade para quem está conectado consigo mesmo, com seu passado. E que espera mais de seu presente do que ouvir falar que o Brasil é o país do futuro. Mas que futuro é este que nunca chega? Não chega, porque a internet mudou a noção linear de tempo. A bem da verdade o futuro já está entre nós.
Mas o futuro é em beta e está sendo construído dia após dia.
Invista em uma banda larga de conexão direta com seu Eu mais profundo e crie hyperlinks para navegar pelos mares da vida com a “tag” ética que o meio exigir.
Afinal, direitos, principalmente ao consumo, exigem a consciência dos deveres inerentes.
Havendo consciência dos direitos e deveres, o princípio da rede, uma evolução tecnológica dos primórdios de nossa existência, em tribos, representa uma chance de reinício.
Vamos nos precaver da estranha coincidência do colapso da internet colidir com previsões apocalípticas de fim dos tempos; logo na era da informação, cuja rede de sustentação é a? Acertou.
E se os temas são variados é porque o mundo está convergindo. A nossa única preocupação passa a ser o ponto de convergência. Ainda há tempo de elevarmos a posição deste ponto de referência e garantir sua permanência em alto nível através de leis e justiça, elementos que, unos, promovem o equilíbrio no meio.
O tempo, mesmo modificado, urge pela qualidade e clama por coragem para reagirmos mais a altura dos avanços tecnológicos da década de ’70, o toyotismo, por exemplo: até agora não realizamos o (re)planejamento familiar necessário para equilibrar o meio. Como também requer coragem acabar com o spam, a pirataria e, a causa real disso tudo, a desigualdade no corpo social, constituído de células individuais e familiares.
A internet vai transformar ainda mais este corpo. O estouro da bolha foi apenas um sintoma, um presságio de uma nova era. Um ataque ao coração financeiro do regime que se encontra em seu entardecer.
A internet deixou, após o estouro da bolha, de ser vista como revolucionária e passou por um período de descrédito e desdém. Mas sua essência, descentralizada, independente e convergente, se reforça cotidianamente e demonstra indícios na política e economia, bem como nos negócios em geral.
Países outrora menos influentes internacionalmente, como o Brasil, passam a dividir o cenário mundial com os antigos ‘players’. Mesmo que ainda sem equilíbrio, isto representa claramente um movimento rumo à descentralização do poder.
O mercado fonográfico assiste perplexo o surgimento de um número incontável de independentes. O noticiário começa a ter como fonte blogs independentes. Independente da (ainda) colossal força das grandes mídias, isto representa claramente um movimento rumo à independência de emissão da informação. E, forçadamente, uma futura mudança nos hábitos de consumo de informação, passando–se a confrontar mais as informações, obtendo–se assim diferentes verdades e criando–se assim a sua própria visão, mais independente.
A formação de blocos econômicos como a ALCA, a União Européia, o Mercosul; a formação de ONGs. As comunidades que proliferam on e offline. Tudo isto é claramente um movimento rumo à convergência.
Tudo isto, descentralização, independência e convergência, faz parte de uma nova luz do conhecimento, uma luz violeta, que brilha de dentro para fora do corpo social, impulsionado pelas diversas células, mais fortes posto que trabalham em rede.
O mundo é representação e vontade. E está sendo reconstruído. Há de se planejar todos os recursos e de se estabelecer o ponto de referência sob a ótica da convergência: somos todos um só, respeitadas as diferenças; produção (necessidade) padronizada, distribuição (desejo) segmentado.
Está na hora de planejarmos a übernet: a rede de sustentação que se estenderá a partir do ponto de convergência e sob a qual se edificará o ser humano do novo milênio, o ser humano da era de aquarius.
Tal qual a internet está para a sociedade da informação, a Übernet está para a sociedade da consciência.
Até aqui, fomos o homem de peixes, preocupados com nossa concepção. Agora, está na hora de cuidarmos de nosso aquário.
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Übernet,
Life Experience e
Eram os deuses internautas foram artigos-propostas escritos em 2005, quando despertei para uma nova realidade e comecei a me educar em temas diversos, holísticos e convergentes a sua maneira: astrologia, psicologia junguiana, filosofia, coaching antroposófico, entre outros.
Por julgá-los ainda atuais e dignos de debate, coloco-os online para que todos os seres possam se beneficiar.
Fors Fortuna,