A colheita e os frutos de um Brasil sustentável virão na próxima eleição, quando o Verde estará maduro e o Brasil preparado para desfrutá-lo e suas propostas com gosto de futuro.
Por hora, não era o momento.
A conjuntura não está propícia para um governo sustentável, holístico e visionário como o de Marina - tanto na Terra, quanto no céu: o mapa astral das eleições e o da posse indicam turbulências, como confirmado no pré-simpósio do Sinarj, onde também se confirmou o momento para o feminino tomar o poder, entre outras curiosidades.
A situação pede um chacoalhar das estruturas para a árvore brasileira se ver livre de galhos e frutos podres.
Será época de cortar os gastos internos, porquanto a dívida interna poderá ser a nossa derrocada: um auto-boicote de quem não tem concorrentes senão a sua própria sombra; afinal, o mal do brasileiro é ser malandro (e assim deixar de realizar seu potencial de inteligência e capacidade executadora).
Neste cenário, talvez seja melhor Serra ganhar, pois parece que tem o perfil para tomar tais medidas, além do que guarda a força e o impacto do ineditismo de uma mulher no poder para Marina.
Dilma, que tem o desafio de sair das sombras de Lula e brilhar sua estrela por conta própria, enfrentará a necessidade destes cortes e contenção ao passo de ser obrigada a manter o ritmo de crescimento e distribuição de renda de seu padrinho político.
Serra aqui leva vantagem por poder responsabilizarLula por qualquer problema, erro ou insucesso: é a vantagem de se assumir o poder enquanto oposição. Este cenário deixa Dilma na situação de não poder errar, o que paradoxalmente a torna a melhor candidata - alguém que não pode e não vai errar, pois tem muito em jogo, menos um bode expiatório -, enquanto também favoreceria Marina.
Mas não devemos pensar no que será melhor para Marina em 2014, mas sim o que será melhor para o Brasil, pois o melhor para o Brasil é o melhor para Marina, o melhor para Marina é o melhor para o Brasil - essa deveria ser a lógica não apenas de todo candidato, mas, principalmente, de todo cidadão; somente assim teriamos uma democracia genuína.
Neste sentido, uma vitória tucana parece como a volta de uma política que por tempos manteve o Brasil deitado em berço esplêndido. Polarizar entre bem e mal, liberdade e ditadura, honesto e corrupto é, além de manipulador, uma infantilização da política, já que ambos os governos, do PSDB/DEM e do PT, são igualmente repletos de escândalos - a diferença se dá apenas na cobertura (tendenciosa) da imprensa, mais incisiva no caso do PT: para um mensalão petista existe uma compra de votos de deputados para garantir a reeleição do tucano FHC; para uma cueca recheada, um congresso repleto de anões do orçamento; para uma politização das agências reguladoras, uma importante, mas eticamente bastante questionável privatização - em ambos os governos pode-se perguntar para onde foram os recursos.
Outra diferença é que a decepção com o PT foi maior, pois eram defensores da ética; do DEM, partido que apoia o PSDB e que lidera listas de corrupção, todos já esperam isto.
Mas ao menos os recursos serviram, no governo petista, para pagarmos nossa dívida externa - algo que todos diziem ser impossível -, além de distribuirmos renda retirando milhares de famílias da miséria e aumentando assim nosso mercado interno, consequentemente torando-nos menos dependentes dos fluxos e desmandos do cenário internacional, onde, aliás, passamos de meros espectadores, coitados ou eternas promessas à nação protagonista e respeitada - tudo isto graças a uma hábil convergência de política interna, economia e, principalmente, uma guinada em nossas relações internacionais.
Chega a ser engraçado observar que nosso príncipe-presidente entrava de cabeça baixa nas reuniões - ele não, ele entrava com a front elevada, o Brasil que ele levava é que tinha vergonha de não estar a altura dele e do mundo. Enquanto isto, nosso operário-presidente, com jeito bonachão e popular, entrou de igual para igual nas reuniões - em pé de igualdade com o país que representa e também com quem vai negociar: afinal, todos sabem de nosso imenso valor, apenas nós é que não o realizamos.
Logicamente é tolice achar que isto seria possível sem considerar ambos os governos FHC que com sua política econômica lançou as bases corretas para Lula conseguir as transformações necessárias.
Agora é se perguntar qual dos candidatos fará o que nosso país necessita E o que nosso povo deseja.
Adianto que não é ficar falando de escândalo ou prosseguir na retórica do medo, pois é o medo o verdadeiro castrador da liberdade de expressão.
Vale ressaltar que dois jornalistas formam despedidos, um do Roda Viva e outro da TV Cultura, após deixarem Serra em saia justa; e que a Folha de S.Paulo mandou fechar judicialmente um blog que a criticava e satirizava.
O foco do país será tripartido: equilíbrio fiscal/dívida interna, infraestrutura sustentável e educação.
O que o país quer ver são propostas e comparações positivas - mas isto só faz quem tem algo para mostrar; o resto prefere os dramas e chantagens de novela.
Está na hora do Brasil mudar e entrar para a história; independente de quem seja eleito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário